Autoridades da América Latina e do Caribe debatem qualidade de moradias sociais

23/11/2009 - 14h56

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O aumento da oferta de habitações para a população de baixa rendasem comprometer a qualidade, desafio comum à maioria dos países emdesenvolvimento, é o principal tema em discussão na 2ª Reunião doPrograma de Qualidade e Produtividade do Habitat, que começou hoje(23) no Rio. Durante três dias, representantes de paíseslatino-americanos e caribenhos vão discutir critérios técnicospara garantir a sustentabilidade na construção civil. Segundo a secretária Nacional de Habitação,Inês Magalhães, esse tipo de fórum serve, sobretudo, paraapresentar os arranjos institucionais de cada nação para a questãoda moradia. “Uma das contribuições que o Brasil traz para adiscussão é o modelo que escolhemos que pressupõe a adesão epactuação dos setores público e privado para a implementação deum sistema de qualidade tanto da questão dos materiais quanto daconstrução e de projetos e da inovação tecnológica”, afirmouInês.Ela disse que o Brasil tem muito a aprender com aexperiência dos países da América Latina e do Caribe. “AArgentina, por exemplo, tem um sistema de normalização muito bemconsolidado, que serve de exemplo para outros países. Cuba tambémtem uma experiência exitosa na criação de um arcabouço de normasque possibilitaram a reabilitação urbana. Cada país, na suaespecificidade, pode contribuir para uma discussão mais ampla.”A coordenadora-geral do Programa de Qualidade deProdutividade do Habitat, Maria Sallete de Carvalho Weber, lembrouque o Brasil tem um deficit de mais de 6 milhões dehabitações e que um dos grandes problemas na área de construçãocivil é o baixo número de profissionais especializados. Salleteressaltou que uma das ações do programa que coordena é justamentea capacitação de mão de obra para a construção civil.O representante do Ministério de Vivienda eUrbanismo do Chile, Héctor López, disse que seu país conseguiucriar um conjunto de normas eficazes na eficiência energética, nascondições térmicas e acústicas das habitações sociais, que podeser útil para os demais. “Do Brasil, aprendemos muito sobrecertificação e controle de qualidade dos materiais. Tambémimplementamos, a partir da experiência brasileira, iniciativas paracertificar e creditar os trabalhadores técnicos de construção”,informou López.A 2ª Reunião do Programa de Qualidade e Produtividade do Habitatfaz parte da programação da Assembleia Geral de Ministros eAutoridades Altas de Morar e Urbanismo da América Latina e do Caribe(Minurvi). É uma organização intergovernamental que atua na áreade desenvolvimento sustentável dos assentamentos humanos. A primeirareunião foi no Chile, em março deste ano, e a próxima será noEquador, em março de 2010.No Rio, a pauta da reunião incluiainda assuntos como os sistemas de avaliação da conformidade dosmateriais, a criação de uma cesta básica de materiais que permitamimpulsionar o combate à não conformidade com as normas e acapacitação profissional no setor.