Jornada semanal de trabalhadores negros ainda é maior que a dos brancos

20/11/2009 - 5h23

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar da melhoria da inserção dos negros no mercado detrabalho de 2004 a 2008, alguns indicadores não avançaramdurante o período. Um deles é a jornada de trabalho,que permanece maior para os trabalhadores negros e pardos nacomparação com os brancos.

Dados do Departamento Intersindical de Estatística e EstudosSocioeconômicos (Dieese) apontam jornada de trabalho maisintensa para os negros nas seis regiões metropolitanasanalisadas para o estudo A Desigualdade entre Negros e Não Negros no Mercado de Trabalho.

Em Belo Horizonte, a jornada média semanal dos trabalhadoresnegros é de 41 horas e a dos brancos de 39 horas. A diferençade duas horas também foi registrada em Recife, onde os negrostrabalham em média 45 horas semanais e os brancos 43 horas. NoDistrito Federal e em Salvador, a jornada média é de 42horas para trabalhadores negros e de 41 horas para os brancos e em SãoPaulo, de 44 horas e 43 horas, respectivamente.

Porto Alegre é a única cidade em que o Dieese registroua mesma jornada média para negros e não negros, de 43horas semanais. No entanto, na análise por setor, ostrabalhadores negros têm jornada maior que a dos brancos naprestação serviços e na construçãocivil.

No mesmo período, o nível de contrataçãoformal aumentou nas regiões analisadas para todos ostrabalhadores, mas em menor proporção para os negros,que ainda são maioria nas ocupações em quea ausência de proteção social é maior e osrendimentos menores. Na Grande São Paulo, por exemplo, 65,8%dos trabalhadores negros tinham contratos de trabalho formalizados em2008. Entre os brancos, o percentual de trabalhadores na mesmasituação era de 70,8%.

De acordo com o Dieese, os números ainda refletem “condiçõesextremamente desfavoráveis dos negros na sociedade,especificamente no mercado de trabalho”.