Países emergentes precisam dobrar produção de alimentos até 2050, diz diretor da FAO

16/11/2009 - 6h58

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Roma (Itália) - Durante aabertura da Cúpula Mundial de Segurança Alimentar, emRoma, o diretor-geral da Organização das NaçõesUnidas para Agricultura e Alimentação (FAO), JacquesDiouf, lembrou que a produção mundial de alimentosprecisa crescer 70% até 2050 para atender às futurasdemandas da população. Mas destacou que entre os paísesemergentes o desafio é maior: “nesses países épreciso dobrar essa produção para atender a demanda”.Dioufdestacou, durante o discurso, que para eliminar a fome no mundo épreciso investir US$ 44 bilhões em infraestrutura etecnologias para aumentar a produção agrícola.Ele afirmou que essa é uma “pequena quantia” comparada aosrecursos aplicados no setor em países como os Estados Unidos.“Esperoque a gente possa contar com os líderes e presidentespresentes para ajudar no problema em cada um dos países”.Apesar do cenário negativo, com o crescimento do númerode pessoas afetadas pela fome no mundo – que já passa de umbilhão –, Diouf destacou que países da AméricaLatina e da Ásia têm conseguido reduzir o percentual depessoas subnutridas em seus territórios.“Issosignifica que sabemos o que é necessário fazer paraderrotar a fome. Essas pessoas [que passam fome] estãoesperando vontade política e financiamento para issoacontecer.”Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva vai discursar na aberturada cúpula e deve apresentar as experiências brasileirasque reduziram nos últimos anos a populaçãosubnutrida, como o Bolsa Família e o Programa Nacional deFortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A previsão éde que o papa Bento XVI encerre a abertura da cúpula no fim damanhã.