Autoridades aguardam exames para saber se corpo achado em córrego é de índio desaparecido

16/11/2009 - 19h48

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul promete concluir até o fim desta semana os exames de identificação do corpo encontrado no último dia 7 em um córrego da cidade de Paranhos, próxima à fronteira com o Paraguai, e que pode ser do professor Genivaldo Verá, índio guarani que desapareceu no dia 31 de outubro, durante um confronto com supostos seguranças contratados para retirar os índios da Fazenda São Luiz. Funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) e integrantes da comunidade guarani da Aldeia Pirajuí acreditam que o corpo seja o de Genivaldo. Os pais do professor chegaram a afirmar a policiais civis que reconheciam o filho em uma foto do corpo retirado do córrego Ypoi, que corta a fazenda. Mas, de acordo com a responsável pela Coordenadoria-Geral de Perícias, CérisIone Maksoud, somente depois dos exames será possível dizer se ocorpo é ou não do professor.“Por enquanto não há nada de concreto. O corpo está em estado de putrefação avançado e só com o exame de DNA vai ser possível afirmar se é ou não é [o corpo de Genivaldo]. Pelo local em que ele foi achado pode ser o dele, mas, por enquanto, isso não passa de especulação”, afirmou Céris, por telefone, à Agência Brasil.Além de Genivaldo, o professor Olindo Verá também desapareceu durante confronto com suspostos seguranças da fazenda. Segundo os índios, os  seguranças chegaram disparando balas de borracha. Os dois professores faziam parte do grupo de pelo menos 18 guaranis que no dia 28 de outubro havia ocupado parte da Fazenda São Luiz. A Polícia Federal e a Polícia Civil estão apurando os fatos, mas ainda não divulgaram qualquer parecer.A propriedade fica numa das 32 áreas do estado que os índios reivindicam que sejam transformadas em reservas indígenas. Um dos filhos do atual dono da fazenda, Firmino Aurélio Escobar Filho, garante que sua família vive no local há pelo menos quatro gerações sem jamais ter tido problemas com índios ou sem-terras. Ele nega a contratação de seguranças armados e afirma que apenas os caseiros estavam na propriedade quando os índios a ocuparam.Estudos antropológicos para identificar estas áreas e, se for o caso, embasar as demarcações já estão sendo realizados pela Funai, que espera concluir a fase de pesquisa em abril de 2010.