Polícia Civil faz megaoperação para desarticular milícia na zona oeste do Rio

10/11/2009 - 14h33

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizahoje (10) uma megaoperação para desarticular a milícia que atua emCampo Grande, na zona oeste da cidade. Mais de 300 policiais dediversas delegacias especializadas participam da operação que teve início ainda de madrugada. Eles estão vasculhando vários endereços no bairro etambém em municípios da Baixada Fluminense para cumprir 46 mandados deprisão e mais de 50 de busca e apreensão de documentos, computadores,telefones celulares e armas.Até o final da manhã, 19 pessoas haviamsido detidas, entre elas, um cabo da Polícia Militar lotado noBatalhão de Policiamento de Vias Especiais (BPVE). Outras 13 jáse encontram presas respondendo por crimes diversos.De acordo com odiretor-geral de Polícia da capital, delegado Ronaldo Oliveira, esta éa última etapa da Operação Têmis, deflagrada em maio desteano para combater a atuação da “Liga da Justiça”, formada por um grupode paramilitares que controla a revenda clandestina de gás, serviçoilegal de televisão a cabo e transporte irregular de pessoas em vans ekombis.“Nosso objetivo é desarticular de vez essa quadrilha queage em Campo Grande. Na primeira etapa atacamos o braço armado,prendendo 43 pessoas. Na segunda etapa,atacamos as fontes de financiamento da milícia e agora voltamos aprender envolvidos, além de apreender documentos importantes que nospermitirão avançar nas investigações”, explicou Oliveira.Naprimeira fase da operação, um dos presos foi o ex-policial RicardoTeixeira da Cruz, conhecido como Batman, e que, segundo a polícia,teria assumido o comando da quadrilha depois da prisão dos irmãosNatalino e Jerônimo Guimarães. O primeiro, deputado estadual e o outrovereador pelo Rio de Janeiro. Ambos estão no Presídio Federal de Campo Grande (MS).À Liga da Justiça são atribuídos pelo menos 30 homicídios ocorridos no ano passado. “Adesarticulação total da milícia é um desafio, devido ao envolvimento depolíticos, como deputados estaduais e vereadores, policiais militares ecivis e bombeiros. A organização é muito densa e complexa, dificultandoas investigações, mas estamos conseguindo avançar e comprovar oenvolvimento dessas pessoas. O importante é dizer que nosso trabalhonão vai parar por aqui”, afirmou o delegado.