Argentinos é que devem acelerar liberação de licenças, e não brasileiros, diz ministro

10/11/2009 - 16h45

Renata Giraldi*
Enviada Especial
Maputo - Em meio ao impasse sobre as licenças nãoautomáticas para alguns produtos importados da Argentina, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MiguelJorge, avisou hoje (10) que o governo da Argentina é que deveacelerar a liberação dos documentos dos brasileiros. À AgênciaBrasil, Miguel Jorge afirmou que aguarda uma sinalização dos argentinospara solucionar o impasse. “A solução tem de partir daArgentina. Os argentinos é que têm de liberar as licenças dosprodutos brasileiros dentro do prazo e não demorar até 180 dias,como ocorre em alguns casos”, afirmou o ministro, que está na África em missão com 98 empresáriosbrasileiros. “Continuo à espera de que os representantes daArgentina me procurem.” Para o ministro, o assunto nãodeve ser tratado nem definido entre chefes de Estado. No próximo dia18, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner. “A decisãoargentina é discricionária. Não se pode ser discricionário emcomércio exterior”, disse Miguel Jorge. Há cerca de duassemanas, o governo brasileiro impôs licenças não automáticas a 15 produtos argentinos na tentativa de reverteras barreiras impostas pelos vizinhos a mercadorias brasileiras. Paraos argentinos, a decisão é uma retaliação. Os brasileirosnegam.Na semana passada, o secretário da Indústria daArgentina, Eduardo Bianchi, afirmou que a decisão do Brasil deve sercombatida porque demonstra a falta de cumprimento de um acordo pelo governo Lula.A lista de produtos afetadospelas medidas deve chegar a 15 itens, como autopeças, freios ebaterias para veículos. Miguel Jorge disse que o objetivo da decisãobrasileira é assegurar espaço para a mercadoria nacional. Segundo ele, o impasse com a Argentina gera queixas constantesdos empresários sobre a demora nas negociações.