Declarações de Chávez são uma insensatez, diz Sarney

09/11/2009 - 18h42

Ivan Richard e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - As declarações dopresidente da Venezuela, Hugo Chávez, não devem influenciar naaprovação do protocolo de adesão do país ao Mercado Comum do Sul(Mercosul). Para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), aconvocação que Chávez fez ontem (8), no programa Alô,Presidente, aos venezuelanos para uma possível guerra contra aColômbia é uma insensatez e não deve ser levada a sério.Sarneynão confirmou se a proposta de adesão da Venezuela ao Mercosul serápautada esta semana para votação. O senador minimizou oefeito das palavras de Chávez: “Não há nenhum vislumbre, nenhumahipótese de guerra no continente e qualquer atrito que tenhamos nasfronteiras será submetido aos organismos que hoje temos e funcionammuito bem, como a OEA [Organização dos Estados Americanos].”“Acho que são tãodespropositadas essas declarações, que dificilmente elas serãolevadas em consideração”, acrescentou o presidente doSenado.Sarney reafirmou que é contra a entrada da Venezuelano bloco, não pelo país, mas por causa das atitudesantidemocráticas do atual governo. “Tenho manifestado, váriasvezes, ser contrário, não à Venezuela, que é um país, mas a seuatual governo. Lutamos bastante para incluir no Mercosul a cláusulademocrática e acho que seria um retrocesso se não a utilizássemospara fortificar e aprofundar a democracia no continente.”Demanhã, líderes partidários ouvidos pela Agência Brasildisseram que a palavras de Chávez poderão dificultar aaprovação do tratado. Ontem (8), em seu programa semanal derádio e TV, Chávez pediu à população que defenda o territóriovenezuelano de eventuais invasões por militares norte-americanos ecolombianos, a partir das bases que os Estados Unidos mantêm naColômbia. “Senhores oficiais,a melhor forma de evitar a guerra é preparando-se para ela”,afirmou Chávez. Ele ressaltou que é dos oficiais o dever de ajudaro povo a preparar-se para a guerra, “porque é uma responsabilidadede todos”.As declaraçõesforam feitas em contexto de crescente tensão na fronteira entre aVenezuela e a Colômbia e da assinatura de um acordo militar entre osgovernos colombiano e americano, segundo informações da BBC Brasil.