Pré-sal não atrapalha biodiesel, diz diretor da Ubrabio

08/11/2009 - 10h37

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As atençõesdispensadas ao petróleo da camada pré-sal não atrapalham oprograma do biodiesel. Essa é a interpretação do diretor executivoda União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), Sérgio Beltrão.Segundo ele, o biocombustível vai continuar crescendo, como jáestava planejado, e a iniciativa privada continua apostando noprojeto. “A sociedade globalestá querendo mudar o paradigma de consumo, seja por questõesambientais ou pela saúde pública”, afirmou. No próximo ano, oitonovas usinas de biodiesel devem entrar em funcionamento nos estadosde Goiás, do Rio Grande do Sul, do Paraná, de Mato Grosso e de MatoGrosso do Sul. De acordo com Beltrão, o novo combustível temespaço para crescer sem afetar a produção de alimentos porque oBrasil tem aproximadamente 90 milhões de hectares de pastagensdegradadas e áreas já desmatadas. Ele destacou que a ideia de que obiodiesel usa comida para produzir combustível é completamenteerrada. “O biodiesel é produzido a partir do óleo dasoja, por exemplo. O que sobra é farelo, que alimenta a produçãoanimal. Para cada litro de óleo, temos quatro quilos de farelo quevão virar proteína animal”, explicou o diretor da Ubrabio. Apesar de apostar no crescimento da adição dobiodiesel ao diesel consumido em todo o país, Beltrão reconhece queo produto é cerca de 30% mais caro. “Mas, para comparar o preço,é preciso considerar os gastos com saúde pública, em função dasdoenças provocadas pela poluição, e com os impactos ambientais”,ressaltou o produtor. Quanto à poluição, Beltrão lembrou que obiodiesel ajuda a diminuir a queima de enxofre pelo fato de se usar menos diesel devido à mistura, óleo combustível que é usado também como lubrificante Segundo ele, a chamada Agenda Conama –referência ao Conselho Nacional de Meio Ambiente – prevê aredução gradual de enxofre no combustível. Atualmente, existem três tipos de classificaçãodo diesel quanto a isso. Nas estradas, ele tem em geral 1.800 partespor milhão (ppm), nas regiões metropolitanas, 500 ppm e em algumascidades, como Curitiba, 50 ppm. Para 2013, está prevista a implementação doS10, com 10 ppm. “O biodiesel entra como um fator de melhoria daqualidade, podendo se antecipar às metas de qualidade do diesel”,concluiu Beltrão.