Marina Silva pede empenho de todos os países para sucesso da conferência do clima

29/10/2009 - 15h35

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Asenadora Marina Silva (PV-AC) afirmou hoje (29) que não se deve “darde bandeja” a ideia de que a 15ª Conferência das Partes sobre oClima (COP-15),marcada para dezembro, em Copenhague, será um fracasso, pois cadaenvolvido deve investir ao máximo para que o resultado seja umsucesso.A ex-ministra do Meio Ambiente atribuiu essa expectativa negativa ao fatode, até agora, o processo preparatório não ter avançado, masdisse esperar dos líderes políticos uma atitude que permita sair deCopenhague com uma arquitetura que viabilize a contribuição dospaíses desenvolvidos para que se alcance a meta de 2050 e dos paísesem desenvolvimento, “na medida exata da da sua contribuição, queé mais da metade das emissões de CO2”. “Se os desenvolvidos fizerem a sua parte, e nósnão, não vamos fechar a conta”, afirmou a senadora, após participar dolançamento do novo produto da Serasa Experian, o sistemaConformidade Ambiental, um instrumento à disposição do mercado para apoiar o desenvolvimentosustentável. Sobre a indicação da ministra Dilma Rousseff,chefe da Casa Civil, para chefiar a comitiva brasileira emCopenhague, Marina disse que o importante é levar àconferência propostas de qualidade. “A pessoa que vai liderar esseprocesso é escolha do presidente, mas o importante são aspropostas. Que o Brasil possa ir para Copenhague comprometido commetas, não só para o desmatamento, mas também para energia,agricultura e indústria. É possível termos esse compromisso.”Ela disse que as propostas que serão apresentadasna conferência ainda estão em discussão, mas ressaltou que oBrasil pode dar uma contribuição efetiva de cerca de 20% a 40% naredução das emissões de CO2. “Essa é a proposta que vem sendoestudada no âmbito do Ministério do Meio Ambiente. Conta com algumaresistência de alguns setores, mas o corte que será feito poderápossibilitar uma contribuição não só pelo desmatamento.”A senadora falou também sobrea reforma tributária, reforçando a necessidade de se pensarurgentemente em meios para incentivar as tecnologias limpas, aspráticas sustentáveis. “Há um custo para a mudança do modelo dedesenvolvimento, e isso não acontecerá, se não tivermos osmecanismos para isso”, afirmou Marina. Segundo ela, é preciso sairdas ações pontuais e ter uma ação integrada que vise àglobalidade dos investimentos que precisam ser feitos.