Acidentes de trânsito e violência devem matar 5,8 milhões de pessoas neste ano no mundo

28/10/2009 - 15h03

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 5,8 milhões de pessoas devem morrer em todo o mundo, neste ano, vítimas de traumas causados por situações como acidentes de trânsito e violência. O volume é considerado elevado por especialistas e supera as mortes por aids, que somam aproximadamente 2 milhões no mundo. “Trata-se de um problema muito importante em todo mundo,por isso estamos no Rio de Janeiro para discutir como melhorar essesistema de saúde e dar mais atenção às vitimas de trauma. Se issoacontecer, cerca de 2 milhões de mortes a cada ano podem serevitadas”, afirmou o diretor do Departamento da Prevenção dos Traumatismos da Violência da Organização Mundial da Saúde (OMS), Etienne Krug. Ele participou hoje (28) da abertura do Fórum Global em Tratamento de Trauma, promovido pela entidade para discutir melhorias no serviço mundial de atendimento a esses casos. Para Krug, os governos têm se esforçado para reduzir os números de acidentes de trânsito relacionados ao consumo de álcool e os índices de violência, que estão entre os fatores que mais contribuem para a ocorrência do trauma. Mas Krug destacou que apenas essas ações não são suficientes para mudar o panorama mundial.“É possível a prevenção, mas neste momento a vontade política só não é suficiente, então é importante garantir a melhoria dos serviços de saúde, especialmente dos sistemas de emergência pré hospitalar e de reabilitação”, acrescentou.O ministro da Saúde, Jose Gomes Temporão, admitiu que o trauma é um problema grave no Brasil, sendo responsável por cerca de 80 mil mortes por ano. Segundo ele, o país “vem se preparando para isso” e aprimorou sua política de urgência e emergência, que inclui o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que cobre 100 milhões de pessoas. Também há a rede de hospitais e de unidades de prontoatendimento, que devem somar 500 até o fim do ano que vem, e a implantação da Lei Seca, que tem “sucesso incontestável”, de acordo com Temporão.Segundo o coordenador da Operação Lei Seca, Carlos Alberto Lopes, diversos pontos do Rio de Janeiro são fiscalizados diariamente e cerca de 2,5 mil pessoas deixaram de ser vitimadas em acidentes de trânsito nos últimos 18 meses.