Natal deste ano será o da recuperação, afirma presidente do SPC

15/10/2009 - 14h59

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de ter passado pelo "Natal da crise" no ano passado,o brasileiro terá este ano o “Natal da recuperação”. A previsão foi feita hoje (15), em entrevistacoletiva, pelo presidente do Serviço Nacional de Proteção aoCrédito (SPC Brasil), Roberto Alfeu. Ele estima aumento de 4% nas vendas em função das festas de fim de ano,contra 1% de crescimento verificado em 2008. Na época, a taxa dejuros anual (Selic) era de 13% e hoje está fixada em 8,75%, patamarque ainda é considerado alto, mas permite melhor funcionamento daeconomia. Para justificar ocenário otimista que espera para o Natal, Alfeu apontou também aprevisão de entrada de R$ 78 bilhões do 13º. salário na economiae de R$ 3 bilhões relativos às restituições do Imposto de Renda. Com juro mais baixo emais recursos circulando, há mais oferta de empregos, o que favorecea regularização das dívidas do consumidor, disse Alfeu. Neste Natal, eleestima a criação de 12 mil empregos temporários no comércio, com7% de crescimento sobre o ano passado, especialmente na área decosméticos e de supermercados, onde será necessário contratarvendedores mais especializados e que para isso precisam ser treinadoscom antecedência. Desses contratados, a tendência é que sejamefetivados entre 20% e 30%, afirmou o presidente do SPC Brasil.Para ele, a pequena ea microempresa comercial, industrial e agrícola foram responsáveispela transição favorável que o país teve, depois da crise mundialdeflagrada no final do ano passado na Europa e nos Estados Unidos. NoBrasil, as empresas menores não demitiram, ao contrário dos grandesgrupos, como os do setor mineral, que vendo as exportações caírem,passaram a dispensar trabalhadores. Nessa fase, a indústria teve asvendas reduzidas pela metade, mas hoje já conta com recuperação de6% nos negócios. De acordo com Alfeu,o exemplo dado pelo segmento empresarial, que trabalha com menosfuncionários, já mostrou também bons resultados na Itália, o quenão ocorreu em outros países europeus e nos Estados Unidos, ondemilhões de pessoas foram demitidas de grandes grupos por causa dacrise. "Aqui as empresas menores seguraram a economia". Na opinião de Alfeu,o que falta no país é reduzir o custo Brasil e favorecer o trabalhodas empresas também com um spread (diferença entre a taxa decaptação dos recursos e a cobrada pelos bancos na hora de concederempréstimos) mais baixo. O comércio reclama também, segundo ele,da ausência de regulamentação para a área do cartão de crédito,que "suga o dinheiro da economia e o concentra todo no sistemafinanceiro". Na entrevista, o presidente do SPC Brasil também apresentou númerosmostrando que a inadimplência dos consumidores caiu 5,8% em setembroem comparação com a do mês de agosto.