Lula volta a cobrar mudanças no Conselho de Segurança da ONU

15/10/2009 - 17h36

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Logo depois do Brasilter sido escolhido para membro não permanente do Conselho deSegurança da Organização das NaçõesUnidas (ONU), o presidente da República, Luiz InácioLula da Silva, voltou a cobrar mudanças no Conselho deSegurança para que a organização tenha mais credibilidade nas mediações dos conflitos mundiais. Entre as mudanças, Lula defende o aumento de cadeiras permanentes no conselho para países da América do Sul e daÁfrica e para nações como o Japão e aAlemanha.“Estouconvencido de que esse negócio do Conselho de Segurançaestá como uma fruta madura. Já está passando doponto de colher, daqui a pouco ela cai. Se os dirigentes da ONU,sobretudo dos países que hoje dirigem o Conselho Permanente,não aceitarem a reforma, eles serão responsabilizadospela fragilidade da ONU”, disse.O Brasil foi eleito hoje (15) membro não permanente do Conselho de Segurança daONU. O mandato é de dois anos, de 1º de janeiro de 2010 a31 de dezembro de 2011. É a décima vez que o paísocupa um assento eletivo no conselho. Para o presidente do Brasil,atualmente a ONU está sem credibilidade para resolver osconflitos mundiais. E citou a situação em Honduras,onde nem a Organização dos Estados Americanos (OEA)conseguiu mediar uma solução para crise causada peladeposição do presidente Manuel Zelaya.“Veja o que aconteceuagora com Honduras. O que a OEA fez até agora? Fez asreuniões, tomou as decisões, simplesmente o golpista [Roberto Micheletti]não atendeu nada. Ora, por quê? Se a ONU tivesse maiorrepresentatividade política, a ONU decidia, cada paíscumpria e, aí, as coisas aconteciam”, disse Lula, aoconceder entrevista em Floresta (PE), onde visitou asobras da transposição e revitalização doRio São Francisco.No início domês, uma missão da OEA fracassou ao tentar intermediaruma solução entre o grupo do presidente deposto, ManuelZelaya, e o presidente do governo golpista, Roberto Micheletti. Desdeo último dia 21, Zelaya e alguns de seus correligionáriosestão alojados na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, capitalhondurenha.Lula também criticou o fato dos Estados Unidos lideraramas negociações de um acordo de paz entre judeus epalestinos, no Oriente Médio. Segundo ele, esse papel deveriaser exercido pelas Nações Unidas. “A questãodo Oriente Médio, por exemplo, não pode ser uma coisaparticular dos Estados Unidos. Quem deveria estar negociando a pazentre judeus e palestinos era a ONU. E por que ela não fazisso? Porque não tem força. Queremos é que a ONUtenha muita força”, afirmou.