Pnad se renova e trata este ano de vítimas de violência

05/10/2009 - 16h12

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Depois de 21 anos, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios(Pnad) 2009, cujas informações começam a ser coletadas amanhã(6), vai investigar questões relacionadas à violência. A partirdas perguntas incluídas no suplemento Vitimização e Justiça, aPnad pretende verificar se a população sofreu algum tipo deagressão, por parte de quem, e se recorreu à polícia ou à Justiçapara solucionar conflitos. A pesquisa é realizada com baseem um questionário aplicado a moradores de mais de 150 mildomicílios brasileiros e traz também informações sobre emprego,rendimento, saneamento básico, alfabetização e demografia, entreoutros. O período de coleta vai até 15 de dezembro e os resultadosserão apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE) no ano que vem.De acordo com a gerente dapesquisa, Maria Lúcia Vieira, trata-se de um tema que vinha sendodemandado com certa frequência por diversos setores da sociedade.“É um suplemento que vem sendo pedido há algum tempo pormuita gente, de pesquisadores a responsáveis por políticaspúblicas, incluindo o Conselho Nacional de Justiça. Não chegamos afixar um convênio com nenhum órgão, mas agora o IBGE percebeu anecessidade de investigar e resolveu colocar em campo. É um temaatual e vai dar resultados bastante interessantes”, afirmou MariaLúcia.Entre as novidades no questionário deste ano, elacitou a separação de dados relativos a roubos e furtos, que naedição de 1988, última a abordar o tema, eram contabilizadosjuntamente com uma pergunta sobre agressão cometida pelo cônjuge,que antes era entendido como parente ou como conhecido; e ainda oacréscimo de uma questão sobre o uso de dispositivos de segurançano domicílio, como fechaduras, barras contra arrombamento ou outrosrecursos.Segundo Maria Lúcia, todos esses dados poderão sercomparados aos apresentados pela Pnad 1988, que revelaram, porexemplo, que naquela época 4,2% da população tinham sido vítimasde roubo ou furto, principalmente de veículos. Desse total depessoas, 67,5% não recorreram à polícia para registrar o caso, 27%por não acreditarem na instituição.A próxima edição daPnad também vai trazer um suplemento sobre a segurança alimentardos domicílios, dando continuidade à investigação realizada em2004. Entre as questões que fazem parte do questionário estão apossibilidade de um morador ter diminuído a quantidade de alimentosingeridos ou ter passado fome por falta de dinheiro para comprarcomida, ou ainda de ter deixado de contar com uma alimentaçãosaudável e variada pelo mesmo motivo.Ainda segundo a gerenteda Pnad, todos esses dados poderão servir de base para odesenvolvimento de políticas públicas visando à melhoria dosserviços para a população. “Como qualquer dado da Pnad, essasinformações devem ser revertidas em prol da população. O objetivoé retratar o país para que o governo possa beneficiar osbrasileiros, direcionando melhor suas políticas.”