Médico alerta sobre importância de prevenir doenças da velhice ainda na juventude

01/10/2009 - 8h27

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao participar do 2º Congresso Brasileiro sobre Saúde e Aposentadoria, opsiquiatra Ricardo Brasil Martins chamou a atenção paraa necessidade da divulgação de cuidados médicospreventivos a partir do início da idade adulta, principalmente para as pessoas com mais de 60 anos. Ele alertou que oprocesso de envelhecimento tem que começar a ser acompanhado cedo, desde o início da idade adulta, pois umasérie de funções do organismo começa amudar, favorecendo o aparecimento de doenças. O médico reconheceu que o governo começa a se preocupar com a questãoda saúde dos idosos, uma vez que a prevençãoainda é pouco explorada.Segundo Brasil Martins, o mais comum éas pessoas procurarem o médico quando jáestão doentes, por isso a cura fica mais difícil. Aprevisão é de agravamento do quadro atual a partir de 2025, quando haverá aumento sensível da populaçãoidosa no Brasil e no mundo. Ele defendeu a criação de políticas estratégicas desaúde para melhorar a qualidade de vida dessa faixa dapopulação.  Os idosos no Brasil sãoportadores de pelo menos uma doença crônica e a maioriausa regularmente pelo menos um medicamento.Entre os aposentados, um em cada três apresenta algum distúrbiopsiquiátrico.De acordo com o médico, os serviços desaúde, da forma como estão estruturados, nãoestão preparados para atender sequer a demanda atual. Na sua opinião, énecessário também melhorar a qualificaçãomédica, além de promover um processo de entrosamento entre asdiversas especialidades com vista a melhorar a saúde doidoso.RicardoBrasil Martins trabalha no Hospital São Vicente, emTaguatinga, o único centro existente no Distrito Federal que fazatendimento de emergência a pacientes com distúrbiospsiquiátricos. Ele informou que a instituição tem 35 leitos e mantém sempre mais de 100 pacientes internados. Em cada dez pacientes que chegam ao São Vicente, segundo opsiquiatra, 3 ou 4 vêm do Entorno do DistritoFederal, ou de estados vizinhos, como Minas Gerais e Bahia. Brasil Martins lembrou queas instalações não são suficientes paraacomodar bem a todos.Ele recomendou que, para evitar otranstorno do atendimento psiquiátrico nos serviços deemergência, a melhor solução é a procurapor ambulatórios ao aparecerem os primeiros sintomas.  O idoso precisa receberorientação nutricional diferenciada, conforme Martins. Éfrequente esse público sofrer de doenças apenasaparentes, que na verdade são efeitos colaterais pelo usoexcessivo de remédios, sobrecarregando o organismo.A descalcificação óssea é um dos processos mais perigosos para o idoso, disse o médico. Os ossos ficam esponjosos, facilitando aocorrência de fraturas, sendo a mais grave a do fêmur.Quando isso acontece, metade dos pacientes morre no espaço deum ano. Para Brasil Martins, a aposentadoria tem queser entendida como nova fase de reprogramação davida do cidadão, devendo envolver necessariamente uma rotinade hábitos saudáveis e o acompanhamento da saúde.