Honduras ameaça fechar embaixada do Brasil

27/09/2009 - 22h13

Roberto Maltchik
Enviado especial da EBC
Tegucigalpa (Honduras) - O ministrode Relações Exteriores interino de Honduras, Carlos Lopez Contreras,anunciou hoje (27) que a embaixada do Brasil será considerada"um prédio privado", caso em dez dias o presidente Luiz Inácio Lula daSilva não informe oficialmente em que condições o presidente deposto,Manuel Zelaya, está abrigado.“O Brasil decidiu romper com ogoverno. Simplesmente, o que estamos fazendo é reciprocidade. Asrelações diplomáticas são vínculos entre dois países, esse vínculo dácertos direitos e privilégios. E um dos direitos é manter os escudosdiplomáticos. O título para ter escudo e tudo isso é acompanhando darelação bilateral. Se não existe essa relação bilateral, tem que seretirar o escudo. Vai ser um escritório privado”, explicou ContrerasNaprática, significa que o Brasil poderá ficar sem embaixada emHonduras. O governo anunciou ainda o rompimento de todas as relaçõesdiplomáticas com outros quatro países: Espanha, Argentina, México eVenezuela.O ultimato foi dado em entrevista coletiva na CasaPresidencial. De acordo com Contreras, por "cortesia", mesmo que oprazo expire, o prédio não será invadido para a detenção de Zelaya, quepediu abrigo na última segunda-feira (21). O Brasil decidiu nãocomunicar a situação do presidente deposto, já que não consideralegítimo o governo liderado por Roberto Michelleti.    “Issonão quer dizer que, por cortesia e por relação de civilização que ogoverno de Honduras tem, vai entrar na embaixada porque não tem oescudo”, garantiu.O ministro conselheiros do Brasil naOrganização dos Estados Americanos, Lineu Pupo de Paula, que estádentro da embaixada do Brasil, disse que a situação é "muito séria",mas avalia que, mesmo se o Brasil perder a embaixada, o prédio não deveser invadido para a captura de Zelaya.Na noite de sábado (26),o governo de Roberto Micheletti já havia dito que o Brasil tinha umprazo de dez dias para determinar a situação de Zelaya, caso contrário,adotaria medidas "adicionais", previstas na legislação internacional.