Tensão aumenta na embaixada brasileira e Zelaya diz que diálogo se deteriora

25/09/2009 - 15h07

Roberto Maltchik
Enviado Especial
Tegucigalpa (Honduras) - Osdois funcionários da Embaixada do Brasil em Honduras que permanecemno prédio com o presidente deposto, Manuel Zelaya, informaram àEmpresa Brasil de Comunicação (EBC) que, nestemomento, há cheiro de gás e pessoas passando mal na sedediplomática.Opresidente deposto afirmou que se trata de um gás tóxico. Ele acreditaque a ação foi coordenada pelos militares que cercam a embaixadadesde a última segunda-feira (21).Zelayadisse que o episódio afasta a possibilidade de diálogo com ogoverno golpista. “Como essas pessoas não respeitam os direitoshumanos, o diálogo se deteriora. É muito difícil conversar comelas.” Nasúltimas horas, havia a expectativa de avanço nas negociações parapôr fim à crise. O diálogo estava sendo mediado por quatro dosseis candidatos à Presidência de Honduras.Orepresentante da Embaixada do Brasil José Wilson informou que noprédio há pessoas expelindo sangue pelo nariz e pela urina. “É um efeito do gás.”Segundoo cônsul brasileiro responsável pela embaixada, Francisco Catunda,a Cruz Vermelha foi chamada para prestar atendimento dentro doprédio. O médico de Zelaya está do lado de fora, mas ainda nãoconseguiu entrar. Ochefe dos militares que cercam a embaixada, Jorge Cerrato, negou ouso de qualquer tipo de gás tóxico. “O que acontece lá dentro éque existe um grupo que faz a limpeza do local com equipamentos quetêm motores movidos a gasolina. De qualquer forma, os médicos e osrepresentantes dos direitos humanos vão poder entrar para averiguaro que está acontecendo.”