Sarney diz ter recebido apoio de líderes para enviar funcionários para estados

25/09/2009 - 16h47

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado,José Sarney (PMDB-AP), afirmou hoje (25), por meio de nota, que recebeu apoio de líderes de sete partidos na decisãode aumentar o número de servidores com autorizaçãopara prestar serviços nos escritórios políticosdos senadores nos estados. A medida abre brecha para que ossenadores possam utilizar os funcionários federais em suascampanhas, uma vez que quem atesta o trabalho realizado éo próprio gabinete. De acordo coma nota, a medida foi apoiada pelos líderes Antônio CarlosValadares (PSB-SE), Inácio Arruda (PC do B-CE), FranciscoDornelles (PP-RJ), Osmar Dias (PDT-PR), Renan Calheiros (PMDB-AL),Marcelo Crivella (PRB-RJ), além de Raimundo Colombo (DEM-SC),líder da minoria. A autorizaçãoabrange funcionários de senadores que integram a Mesa Diretorado Senado e que exercem lideranças das legendas. Na nota,Sarney enfatizou que já existem funcionários quetrabalham nos estados e, por isso, a medida não acarretaráem novos gastos para a instituição. "Os funcionários jáestão nos estados, não há criaçãode cargos nem aumento de despesas, apenas é mantida umasituação já existente, como a restriçãomencionada acima", diz, na nota.Ontem (24), o líderdo PT, Aloizio Mercadante (SP) disse que não erafavorável à medida e negou ter assinado qualquer ofícioapoiando a ideia, que considera um retrocesso. O líder doDEM, José Agripino (RN), também negou ter apoiado a decisão. Hoje, o senador PedroSimon (PMDB-RS) disse, em seu discurso na tribuna do Senado, que adecisão tem que ser anulada. Ele também considerou quehouve informação contraditória na divulgaçãode notícias sobre a decisão de extinguir 500 cargos noSenado. “Os cargos não existiam de fato. Foi ridículo.O que a imprensa diz é que esse ato da extinçãode mentirinha foi para passar o outro, em que membros da Mesa elíderes têm direito a alocar mais funcionários em seusestados, para fazer campanha política”, ponderou.Atualmente, osgabinetes só podem manter um servidor nomeado para trabalharnos estados, nos escritórios de líderes e dos onzetitulares e suplentes da Mesa. A decisão aumenta esse númeropara três servidores.