Aposentados no Rio representam 25% da renda total do estado

25/09/2009 - 19h51

Riomar Trindade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), intitulada O Atlas doBolso dos Brasileiros, divulgada hoje (25), revelou que o rendimentode aposentados que recebem mais de um salário mínimorepresentou 25,35% do total da renda do estado do Rio de Janeiro em2008, a maior parcela entre todos os estados do país. O Rio é seguidona lista pelo Rio Grande do Sul (18,74% da renda), Piauí (17,57%) eDistrito Federal (16,43%). O levantamento é um resumo feito apartir da análise dos mais relevantes indicadores econômicos e sociaisdivulgados recentemente, principalmente os da Pesquisa Nacional porAmostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE). Seu objetivo é detalhar a origem e o comportamento da rendado brasileiro.Na capital fluminense, o retrato é semelhante: oganho dos aposentados que recebem benefício acima do piso mínimocorrespondeu a 27,22% do total da cidade no mesmo ano, a maior parcelaentre as 36 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas. O ganho dosaposentados e pensionistas que recebem mais de um salário mínimorepresenta 13,36% da renda da cidade de São Paulo.Quando se analisa a renda obtida por meio de diferentes atividades de trabalho, a situação muda. A cidade do Rio de Janeiro éa última colocada entre as 36 capitais e periferias metropolitanasanalisadas para a pesquisa, com uma parcela de 67,98% da renda vindadeste tipo de fonte.Nessa comparação, a liderança é de Palmas,capital do Tocantins, onde 88,31% da renda veio do trabalho em 2008, deacordo com o levantamento. A capital paulista ocupa a 15ª posição namesma análise, com 80,51% da renda vinda do trabalho. Nacomparação estadual, as atividades do trabalho têm a maior participaçãona renda do Amapá (88,16%), de Roraima (86,26%) e Mato Grosso (85,69%).O Rio de Janeiro aparece em 25º lugar, com 69,54% e São Paulo é listado em nona posição, com parcela de 80,66% da renda obtida pelo trabalho. Segundoo Marcelo Neri, economista da FGV e coordenador da pesquisa, os dadosmostram um retrato surpreendente da economia do Rio de Janeiro.“O [estado] tem a imagem de um estado de jovens bronzeados, mas é naverdade um país de senhores, igualmente bronzeados. É a Flóridabrasileira”, afirma ele.Na avaliação do coordenador, a fatiagrande de dependência dos recursos da aposentadoria tem aspectosnegativos. “É um mercado de alta renda de aposentados que é muitosensível. Talvez seja um recurso finito, como o petróleo”, diz Neri.