Manifestantes pró-golpe param centro de Tegucigalpa

24/09/2009 - 16h10

Roberto Maltchik
Enviado Especial da EBC
Tegucigalpa - Milhares de apoiadoresdo governo golpista de Honduras tomaram conta das principais ruas docentro de Tegucigalpa hoje (24) para protestar contra o abrigoconcedido pelo Brasil ao presidente deposto Manuel Zelaya. Eles se mobilizaram emfrente ao prédio das Nações Unidas (ONU), queclassificaram de interventora, e seguiram em direção àEmbaixada dos Estados Unidos. No entanto, evitaram aproximar-se daEmbaixada do Brasil, onde está Zelaya.A manifestaçãoocorre depois que o governo golpista suspendeu o toque de recolherque havia sido decretado na segunda-feira (21), dia em que Zelayavoltou ao país. Poucos militares fizeram a segurança dacaminhada, diferentemente do que ocorre nos protestos favoráveisao presidente deposto.Nos últimos doisdias, manifestantes pró-Zelaya foram reprimidos com violêncianos protestos em frente à Embaixada do Brasil. Após os saquesaos supermercados e lojas, ocorridos na terça-feira (22), nãohouve pela manhã grandes incidentes provocados pela crise, nocentro da capital.As lojas e restaurantesestão abertos e as escolas permanecerão fechadas até segunda-feira (28). ManuelZelaya continua sitiado na embaixada brasileira, cujo acesso éproibido para qualquer pessoa. Só um representante da ONUrecebeu autorização para levar uma pequena caixa comalimentos como arroz pronto, salgados e água para Zelaya efuncionários da embaixada.Zelaya disse hoje àEmpresa Brasil de Comunicação que ele está muitotenso, já que desconhece os planos do governo liderado porRoberto Micheletti. “Enquanto nós tentamos o diálogo,eles apresentam bombas de gás, balas de borracha contra opovo, que pede apenas o cumprimento da lei. Recebemos pressãopsicológica o tempo inteiro. São mensagens comintimidações. Não sei por quanto tempo isso vaicontinuar.”Segundo o cônsulbrasileiro, responsável pela embaixada em Tegucigalpa,Francisco Catunda, até mesmo parentes dos funcionáriosda embaixada são impedidos de entrar. No entanto, ele falouque última a noite foi tranquila. “Incrivelmente, tivemosuma noite tranquila. Ouvi muito pouco barulho. Vamos aguardar asnegociações e espero que a tensão diminua nacidade.”