Bancários do Amazonas denunciam "metas abusivas" fixadas pelos bancos

24/09/2009 - 11h33

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A contratação de mais trabalhadores e o fim de algumas metasestabelecidas para os bancários em todo o país estão entre asreivindicações apresentadas pela categoria durante a paralisaçãoiniciada hoje (24), sem prazo para terminar. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Amazonas,Lindenberg Santos, a categoria está insatisfeita com o que classificade “metas abusivas” e expressas por meio da cobrança exagerada aosfuncionários para venda de seguros e outros produtos oferecidos pelosbancos.“Muitos colegas sofrem assédio moral por causa dessas metas. Algunssão ameaçados de perder a função ou de serem transferidos para outrasagências caso não alcancem esses objetivos”, denunciou.Ementrevista à Agência Brasil, Santos destacou que, por causa dascondições insatisfatórias de trabalho e do estresse com asmetas impostas, os bancários estão com a qualidade de vidacomprometida. Para reverter esse quadro, centenas de agências de todas ascapitais do Norte e dos maiores municípios da região,sobretudo, decidiram fechar as portas hoje e somar forças com aparalisação nacional. Só no Amazonas, Pará e Amapá, os bancários sãomais de 10,5 mil. “A manifestação poderá se estender por tempo indeterminado, se for o caso”, afirmou Santos.Deacordo com o presidente do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá emembro do Comando Nacional, Alberto Cunha, a greve foi a únicaalternativa encontrada para receber dosbanqueiros uma nova proposta diante das reivindicações. “Infelizmente,os banqueiros mantiveram a postura de não negociar seriamente com anossa categoria e apresentaram uma proposta que não dialoga com asreivindicações dos bancários”.Com essa greve, a categoria quer aumento salarial de 10%,participação nos lucros e resultados (PLR) de três salários mais R$3.850, proteção ao emprego e melhores condições de trabalho.Aproposta apresentada pelos banqueiros prevê reajuste de 4,5%, PLR de1,5 salário reajustado, limitado a R$ 10 mil e a 4% do lucro líquido de2009. As empresas que tiverem prejuízo neste ano não pagariam a PLR.