Globalização tem um lado virtuoso e outro tenebroso, diz ministro da Justiça

21/09/2009 - 19h30

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse hoje (21), em Manaus, que a globalização pode favorecer a prática de crimes internacionais e que, por isso, é um fenômeno que apresenta um lado virtuoso e outro tenebroso. Para o ministro, por meio dos meios tecnológicos mais desenvolvidos, a globalização facilita as comunicações e as agressões do crime organizado no mundo inteiro.“O lado virtuoso da globalização é que ela estabelece relações de intercâmbio científico, de colaboração e de elevação das relações culturais entre os países. O lado tenebroso é que ela cria e aprofunda o crime transnacional”, destacou.Genro esteve na capital amazonense para a abertura da 21ª Reunião do Grupo de Trabalho da Interpol para Crimes Contra a Vida Selvagem, que será será realizada até sexta-feira (25). Esta é a primeira vez que o evento anual é realizado na América do Sul e, segundo os organizadores, o Brasil foi escolhido desta vez por ocupar um papel de destaque mundial na área do meio ambiente.Na opinião do ministro da Justiça, a escolha por Manaus foi estratégica e representa um reconhecimento simbólico da importância que tem a  Amazônia para o futuro de uma sociedade com sustentabilidade, equilíbrio e harmonia.“O combate ao crime organizado e aos crimes contra a vida selvagem só podem ser feitos de forma harmoniosa entre os países colaboradores.Nesse sentido, o futuro da humanidade não pode ser pensado sem a Amazônia”, acrescentou.O encontro da Interpol reúne aproximadamente 90 policiais e especialistas de 35 países para discutir técnicas de repressão aos crimes ambientais, principalmente o tráfico de animais.O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, ressaltou que o evento tem o papel de promover a conscientização das nações sobre a valorização ambiental. A programação inclui a apresentação de casos investigados em diversos países, resultados de trabalhos periciais. Também serão discutidas formas de reforçar a legislação e a punição para os crimes contra o meio ambiente.“Queremos superar as distâncias e as diferenças legislativas para atacar mais fortemente os crimes ambientais”, resumiu Corrêa.