Emprego retoma crescimento em São Paulo mas ainda acumula saldo negativo no ano

15/09/2009 - 15h29

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O nível de emprego na indústria paulista aumentou 0,7% no mês de agosto, comparado ao do mês anterior. Segundo pesquisa divulgada hoje (15) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), foram criados 1,5 mil postos de trabalho. No acumulado do ano, houve queda de 2,51%, com menos 57 mil vagas na indústria. Na comparação com agosto de 2008, a queda foi de 8,43%, sendo 203,5 mil empregos a menos. Com o ajuste sazonal, o índice ficou em -0,04%.Entre os setores que se destacaram no mês com as maiores variações estão produtos diversos (1,7%), confecção de artigos de vestuário e acessórios (1,5%), bebidas (1,4%), produtos de borracha e material plástico (0,8%), além de veículos automotores, reboque e carrocerias (0,3%). Este último, não registrava variação positiva desde setembro de 2008.As variações negativas, com postos de trabalho sendo fechados, foram os setores de fabricação de coque e produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (-2,6%), produtos alimentícios e produtos de metal (-0,8%), produtos têxteis (-0,7%). Segundo o diretor do departamento de Estudos Econômicos (Depecom) da Fiesp, Paulo Francini, os números de agosto indicam que há estabilidade na indústria paulista e que a crise já passou. “Nos meses anteriores, nós sempre prevíamos e queríamos que o emprego parasse de cair, condição essencial para voltar a crescer. Esse mês, finalmente, o emprego chegou à estabilidade, interrompendo o ritmo de queda que vinha tendo nos últimos meses”.Francini afirmou que, entre diversos fatores, contribuíram para o resultado de agosto as medidas tomadas pelo governo para tentar conter os efeitos da crise. “O que vale destacar é que a crise ficou concentrada na indústria, o que é muito ruim para a indústria. Mas muito bom porque não atingiu outros setores de emprego. O setor financeiro livrou-se da crise, devido às várias blindagens feitas pelo governo”, analisou.Ele acredita que, até o final do ano, o emprego na indústria continuará crescendo em um bom ritmo, mas ainda fechando com variações negativas.