Inflação para quem ganha até dois salários mínimos subiu 0,20% em agosto

10/09/2009 - 0h06

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A inflação para as famílias com rendimentos de até dois salários mínimos e meio fechou o mês de agosto com taxa de 0,20%. A alta foi menos intensa do que a observada em julho (0,24%).Os dados são da Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou hoje (10) oÍndice de Preços ao Consumidor Classe 1 (IPC-C1). O resultadomostra que a alta de preços sentida por essa parcela de brasileiros foiigual à voltada para a população com ganhos entre um e 33 saláriosmínimos, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que também ficou em 0,20%.No ano, o índice acumula elevação de 3,44%, acima dos 3,22% acumulados pelo IPC-BR. Nos 12 meses encerrados em julho (inflação anualizada), a alta acumulada é de 4,51%, abaixo dos 4,73% acumulados no mesmo período pelo IPC-BR.Contribuíram para o resultado de agosto as baixas observadas nos seguintes grupos: vestuário (de 0,04% para–0,84%), influenciado principalmente por roupas (de 0,16% para –0,85%);saúde e cuidados pessoais (de 0,23% para –0,34%), especialmente artigosde higiene e cuidado pessoal (de 0,38% para –0,39%); despesas diversas(de 0,20% para –0,19%), com destaque para alimento para animais domésticos(de 0,79% para –1,33%); alimentação (de 0,02% para 0,01%),principalmente laticínios (de 3,16% para –5,36%); e transportes (de0,02% para 0,01%), com a influência de transporte público interurbano(de 1,66% para 0,17%).A diarista Bernadete Cândida, que ganhaaproximadamente dois salários mínimos por mês, disse que notou adiferença na hora de fechar as compras mensais.“Eu percebi principalmente que as roupas estavam um pouquinho mais baratas. Adiferença não era tão grande, mas deu pra comprar algumas coisas paraos meninos”, afirmou ela, que sustenta sozinha a casa onde mora comtrês filhos.Por outro lado, o levantamento da FGV revela queficaram mais caros para o consumidor os itens dos grupos habitação (de0,77% para 0,99%), pressionado por tarifa de água e esgoto residencial(de 0,00% para 1,70%); e educação, leitura e recreação (de –0,09% para0,03%), puxado por recreação (de –1,55% para 0,26%).O IPC-C1 foi lançado oficialmente pela FGV no ano passado. A série histórica, no entanto, teve início em janeiro de 2004. O índice é divulgado mensalmente.