Advogado recorre à Justiça contra a prisão de italiano acusado de abusar da filha de 8 anos

05/09/2009 - 11h31

Luciana Lima
Enviada Especial
Fortaleza - A defesa do turistaitaliano preso em flagrante, em Fortaleza, sob acusação de terpraticado crime sexual contra a filha, de 8 anos, entrou com umpedido de liberdade provisória na Justiça. O recurso deverá serjulgado pelo Judiciário do Ceará na próxima terça-feira. O nomedo italiano é mantido em sigilo para preservar a identidade dacriança. Por causa disso, o inquérito também tramita em segredo.O advogado do italianoalega que houve falhas no momento em que o flagrante foi feito e quea coleta dos depoimento das testemunhas não ocorreu de formaadequada. Com essa argumentação, ele apresentou à Justiça, nofinal da tarde de ontem (4), pedido de liberdade provisória de seucliente. A Polícia Civil doCeará prendeu o italiano – ele tem 48 anos e diz ser engenheiro - a partir de denúncia de um casal de turistas que mora em Brasília.De acordo com a delegada Ivana Timbó, chefe da Delegacia de Combateà Exploração de Crianças e Adolescente (Dceca), responsávelpela apuração do caso, as informações prestadas foram muitoveementes. As duas testemunhas disseram que o italiano estava dentroda piscina com a filha e disse que as carícias feita por ele nafilha incomodaram várias pessoas que estavam na barraca.Com a repercussão docaso, o casal abreviou a volta para casa e já não está mais emFortaleza. Em entrevista à emissora de TV, eles disseram queficaram observando a cena e viram que o italiano passava a mão naspartes íntimas da menina e a segurava como se estivesse abraçandouma pessoa adulta.“Aquilo nosincomodou até o ponto em que vimos o homem beijar a menina duasvezes na boca, num intervalo de 30 minutos. Por vezes, ele ficavaamarrando e desamarrando o biquíni dela e olhando de lado como setivesse tentando disfarçar alguma coisa”, disse uma dastestemunha, que acrescentou que o beijo do pai na filha não foiapenas um “selinho”, ou seja, um beijo rápido.O italiano está presoem Fortaleza e ao ser ouvido se limitou a dizer que só falaria emjuízo, segundo a delegada. Para Ivana, o fato de ser ou não ser paida menina não está sendo questionado. Ela explicou que pela Lei12.015, que entrou em vigor no mês passado, independentemente doparentesco, o crime é o mesmo: estupro vulnerável, previsto no Artigo 217-A. Caso fique comprovado oabuso, a lei prevê pena de oito a 15 anos de prisão. A delegadainformou que pretende concluir o inquérito em dez dias e queconvocou três funcionários da barraca onde o italiano estava com afilha para ser ouvidos na próxima semana.A mãe da menina emulher do italiano é brasileira. Ao depor, ela confirmou que acriança é filha do casal e que o gesto de seu marido não passavade uma carinho comum no país onde vivem. A delegada conversou com amenina, acompanhada da mãe, de uma psicóloga e de uma assistentesocial, e disse que a criança estava tranquila.