Copom acompanha expectativa do mercado e mantém taxa básica de juros em 8,75%

02/09/2009 - 18h06

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê dePolítica Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa básicade juros (Selic) em 8,75%. A reunião do colegiado terminou hápouco. A decisão interrompe a sequência de quedas da Selic, que há cinco reuniões seguidas vinha sofrendo reduções. O percentual foi apontado pela maioria dos analistasfinanceiros ouvidos pela boletim Focus do BC, que, semanalmente, pesquisa a expectativa do mercado em relação aos parâmetros econômicos.A notadistribuída pelo Copom diz que "tendo em vista asperspectivas para a inflação em relação àtrajetória de metas", o colegiado decidiu manter a taxa, sem viés, ou seja, sem possibilidade de mudar antes da próxima reunião, e porunanimidade. E acrescenta que "levando em conta, por umlado, a flexibilização da política monetáriaimplementada desde janeiro e, por outro, a margem de ociosidade dosfatores produtivos, entre outros fatores, o comitê avalia queesse patamar de táxa básica de juros éconsistente com um cenário inflacionário benigno".OCopom também afirma que o cenário favorávelcontribui para "assegurar a manutenção da inflaçãona trajetória de metas ao longo do horizonte relevante e paraa recuperação não inflacionária daatividade econômica".Com a decisão de hoje(2), o Copom interrompe a flexibilização da políticamonetária pelos próximos 45 dias e, só nareunião agendada para os dias 20 e 21 de outubro, reavaliaráa possibilidade de revisão da taxa, para mais ou paramenos, dependendo do contexto macroeconômico mundial.O Brasil permanece em quarto lugar no ranking mundial dejuros reais, considerando-se a expectativa de inflaçãopara os próximos 12 meses. Descontada a projeçãodo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), oBrasil fica com juros reais de 4,5% ao ano. Os três países que encabeçam a lista são a China (7,2%), a Tailândia (5,9%) e a Argentina (4,7%), de acordocom levantamento da consultoria UpTrend. Em se tratando de taxa nominal, os 8,75% doBrasil também ficam em quarto, atrás daVenezuela (16,7%), da Rússia (10,8%) e da Argentina (10,5%).