Construtores querem integração com o governo para reduzir impactos na área de habitação

02/09/2009 - 16h15

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente doSindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro(Sinduscon/RJ), Roberto Kauffmann, defendeu hoje (2) mais integraçãoentre o setor privado e o governo para orientar a população sobre aquestão da sustentabilidade. Para a população de baixa renda,atendida pelo programa Minha Casa, Minha Vida, Kauffnann sugere queos empreendimentos tenham uma proposta social, voltada para a vida emcomunidade e com ênfase na questão da sustentabilidade.Aoparticipar do 81º Encontro Nacional da Indústria da Construção(Enic), evento que preside, Kauffmann destacou a importância dessetipo de educação. Para tanto, disse ele, o país precisa "definiruma linha para acabar com a favelização”. Ele afirmou que aindústria da construção civil apoia a proposta de emenda àConstituição (PEC), em tramitação no Congresso Nacional, queprevê recursos permanentes para a habitação de interesse social,como já ocorre nas áreas da saúde e da educação. “Saúde,educação e habitação são três itens fundamentais para asustentabilidade”, disse.Para ele, tais recursos têm deser garantidos por um período longo, em torno de 15 anos, parapermitir o reflorestamento necessário e dar qualidade de vida àpopulação, o que levaria a "um avanço notável" emtermos de sustentabilidade.Durante o encontro, Kauffmannparticipou de painel sobre a construção de um país sustentável,do ponto de vista econômico, que discutiu novas formas de produção,com eficiência e qualidade, para atender conceitos desustentabilidade e gerar menores custos para os construtores. Em entrevista àAgência Brasil, o presidente do Sinduscon/RJ destacou queatualmente as pessoas estão conscientes de que a sustentabilidade énecessária. "Mesmo sem ser obrigatório, nós, construtores, jáestamos fazendo projetos e práticas sustentáveis", afirmouKauffmann, citando empreendimentos que aproveitam a água da chuvapara fins não potáveis, ou que usam energia de fontes alternativas,como a eólica e a solar, além de materiais não poluentes. Tambémo projeto interno das moradias está sendo elaborado com o objetivode dar mais conforto às famílias, “porque isso faz parte dasustentabilidade. Sustentabilidade significa ter as portas dobanheiro e da cozinha com 80 centímetros e janelas bem amplas paraventilação”. No resto do terreno, a preocupação é com aexistência de áreas verdes e de recreação. “Enfim, darcondições para as pessoas morarem”, explicou Kauffmann. Paraele, é preciso ainda haver controle do consumo da água e da energiaelétrica pela população. É preciso que casas e apartamentostenham medidores individuais de água, para as pessoas saberem que aágua tem um custo muito alto e deve ser preservada, disse. Oobjetivo é evitar o desperdício de água, o que já é feito com aenergia elétrica por meio dos medidores individuais. Oscerca de mil construtores que estão participando do encontro tambémreivindicam redução de impostos. “Quando se faz um empreendimentopara captação de água de chuva para fim não potável ou quando seusa aquecimento solar, o governo, englobando as esferas federal,estaduais e municipais, pode dar uma contribuição, reduzindo osimpostos, para compensar um eventual aumento de custos. Isso fazparte da integração entre o setor privado e o governo, com objetivocomum”, disse Kauffmann.O 81º Enic prossegue até amanhã(3), no Rio, com a realização do painel A construção de um paíssustentável: uma visão política. O encontro foi aberto ontem (1º)pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.