Aumento do número de idosos muda perfil de mortalidade da população brasileira

02/09/2009 - 14h55

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O aumento da expectativa de vida do brasileiro tem contribuído para alterar o perfil das causas de morte da população, antes caracterizado por doenças típicas de jovens. Nos últimos 40 anos, entretanto, tem aumentado o número de casos de enfermidades crônicas que, atualmente, atingem 75,5% das pessoas acima dos 60 anos. Entre osjovens, o percentual é de 9,3%.A informação consta de pesquisadivulgada hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE). Segundo o documento, apesar da alta prevalência deste tipo dedoença, apenas 29% dos idosos no país tem plano de saúde. Por outrolado, o atendimento na rede pública para pessoas com mais de 80 anoscusta cerca de R$ 179.“O custo da internação per capita tende ser maior à medida que a idade aumenta, passando de R$ 93 por idosos nafaixa etária de 60 a 69 anos, para R$ 179 entre aqueles com 80 anos oumais”, esclarece o texto da pesquisa.Entre os idosos, os 20% mais pobres apresentam índices menos elevadospara essas doenças. De acordo com o IBGE, isso pode significar falta deacesso ao atendimento médico qualificado e baixos índices de educação. “Emmomento algum podemos afirmar que os idosos mais pobres têm menosdoenças crônicas”, explicou a pesquisadora Isabel Parahyba. “O indicadormostra que essas pessoas, às vezes, não têm a percepção da doença. Porfalta de escolaridade ou dificuldade de um diagnóstico qualificado”,completou.  De acordo com a pesquisa, o aumento do número de idosos e a consequente mudança no perfil dapopulação requer melhorias nas políticas públicas, com mais oferta deatendimento geriátrico e gerontológico, assim como medidas no âmbito daPrevidência.