Mercadante fica na liderança do PT "em respeito a pedido de Lula"

21/08/2009 - 11h34

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líderdo PT, senador Aloizio Mercadante (PT), disse hoje (21) da tribuna doSenado que permanece na liderança do partido, mesmo depois dedivergências entre os senadores petistas do Conselho de Éticaque, cumprindo determinação do partido, votaram a favordo arquivamento das denúncias contra José Sarney(PMDB-AP). Em suapágina no Twitter, ontem (20), Mercadante chegou a dizer que suasaída seria em caráter “irrevogável”. Depois deler uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindopara que continuasse no cargo, o senador disse que “nãotinha como dizer não” ao pedido. “Dificuldades edivergtências fazem parte da caminhada, fazem parte dahistória. Em nome dessa caminhada, fique na liderança.Esse é um pedido sincero e verdadeiro do companheiro LuizInácio Lula da Silva”, disse Lula na carta.“Nãotenho como dizer não a um pedido do meu companheiro”,afirmou Mercadante depois de lembrar a história e os tempos decriação do partido.O senadorfalou em frustração e desilusão e descrençapolítica ao lembrar o episódio no Conselho de Ética.Disse que sempre foi favorável à investigaçãodos atos secretos porque contrariam o princípio constitucionalda igualdade e da transparência, mas defendeu uma investigaçãorespeitando o direito de defesa. “Os atossecretos violam artigo da Constituição que trata datransparência e da publicidade”, afirmou. “Esbarramos noPMDB, que teve um poder fundamental nesse processo. Esbarramos nonosso partido. Não era a posição da bancada,nunca foi a minha posição. Conversei com o governopedindo apoio para esse caminho equilibrado, responsável", disse. “Nuncaaceitei o caminho fácil da condenação semdefesa, do pré-julgamento do tribunal de exceção,ainda que seja mais fácil do ponto de vista eleitoral”, completou.Mercadanteainda lembrou a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (AC), que deixou na última quarta-feira (19) oPT para se filiar ao PV. Disse que sua relação com ela mostra uma longa trajetória no partido. Falou do senador FlávioArns (PT-PR), que anunciou sua saída do partido mesmo que paraisso perca o mandato. Afirmou que independente das divergênciascom a bancada, Arns também deu sua contribuiçãopara a legenda.O líder do PT chegou tranquilo ao plenário e, durante odiscurso, pediu desculpas à família por permanecer nocargo. Ao final, foi cumprimentado por Marina Silva.O senador disse que depois da reunião do Conselho de Ética, sereuniu com a bancada e ouviu dos senadores que não saísseda liderança. Afirmou que recebeu ligações dopresidente do partido, Ricardo Berzoini, de José Dirceu “comquem não falava há muito tempo”, dos senadores dopartido e também dos de oposição, como opresidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e o lídertucano, Arthur Virgílio (AM).