Programa para impulsionar pós-graduação quer aumentar número de alunos em 80%

14/08/2009 - 18h34

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um programa paraimpulsionar a pós-graduação no paíspromete aumentar em 80% o número de estudantes deste nívelde ensino em quatro anos a partir de 2010. O Programa de Apoio aPós-Graduação nas InstituiçõesFederais de Ensino Superior (PAPG-Ifes), proposto pela AssociaçãoNacional dos Dirigentes das Instituições Federais deEnsino Superior (Andifes), elevaria o número dos cursos demestrado que passariam de 1.117 para 1.761 (crescimento de 58%) e os dedoutorado de 638 para 1.161 (crescimento de 82%). O projeto foiapresentado nesta semana aos ministros da Educação,Fernando Haddad, e da Ciência e Tecnologia, SérgioRezende.Uma comissãointerministerial foi formada para elaborar o programa queterá orçamento de R$ 4 bilhões – R$ 1 bilhão a cadaano. Segundo o presidente da Andifes, Alan Barbiero, parte dessesrecursos já existe em programas de vários ministériose agências do governo federal, como a Coordenaçãode Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico eTecnológico (CNPq).“O primeiro trabalhodessa comissão será verificar os recursos de programasjá existentes que podiam ser realinhados. O investimento seráde R$ 1 bilhão ao ano, mas não sãonecessariamente R$ 4 bilhões novos”, explica Barbiero.Na avaliaçãodo diretor de Programas e Bolsas da Capes, Emídio Cantídio, o PAPG é quase uma consequênciado Programa de Reestruturação e Expansão dasUniversidades Federais (Reuni), que ampliou vagas e interiorizoucampi em todo o país. Será preciso formarmestres e doutores para trabalhar nessas regiões e criargrupos de pesquisa que permitam a fixação dessesprofissionais no interior. "A proposta partiu doprincípio de que com o sucesso do Reuni a gente teráuma fase de crescimento da pós-graduação. Vocêtem agora muitos professores mestres e doutores nos novos campiavançados. Temos que dar a essas pessoas a condiçãonão só de ser professor, mas de ser um pesquisador e sefixar naquele local”, explica Cantídio. Segundo o diretor daCapes, o problema é comum na região da Amazônia.O professor passa em um concurso para dar aulas em umauniversidade da região, mas em pouco tempo retorna para ainstituição de origem. “Com o fortalecimento dosprogramas de pós-graduação no Norte e aconcessão de bolsas para esses pesquisadores, vocêresolve essa questão”, acredita Olveira.Trabalhar asassimetrias regionais da pós-graduação no paístambém será um dos focos do PAPG. Segundo levantamento da Andifes, onúmero de cursos de doutorado na Região Norte, porexemplo, é inferior ao de cursos oferecidos pela UniversidadeFederal de Minas Gerais (UFMG). Barbiero afirma ainda que seránecessário trabalhar as diferenças intrarregionais.“Em Minas Gerias você tem o Vale do Jequitinhonha que tem uma diferençamuito grande de Belo Horizonte. Mesmo na Região Sudestevocê tem essas assimetrias que devem ser objetos depreocupação”, defende o presidente da associação.Dentro das diversasáreas de conhecimento e linhas de pesquisa, algumas tambémdeverão receber apoio maior para se  desenvolverem. “Isso vaiser discutido com os ministérios e com os setores produtivas.A Confederação Nacional da Indústria (CNI) foichamada para debater isso. Nós, reitores, temos uma preocupaçãode que a pós-graduação precisa estar vinculadaao plano nacional de desenvolvimento industrial”, avalia Barbiero.