Brasil já vive momento de recuperação pós-crise internacional, avalia diretor do Ipea

13/08/2009 - 16h55

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise financeira internacional tirou o Brasil da trajetória de crescimento e desenvolvimento que havia sido traçada desde 2006. Mas, embora o país ainda não tenha superado a crise de forma completa, já está vivendo um momento de certa recuperação, na  avaliação do diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), João Sicsú.

Para o economista todos os dados referentes à taxa de desemprego, número de trabalhadores contratados no mercado formal, produção da indústria indicam que  "estamos numa fase de superação da crise e vamos retomar a nossa trajetória de crescimento e desenvolvimento já a partir  do segundo semestre”. Sicsú disse que a partir de 2010, o Brasil estará numa rota  “bastante aceitável” de crescimento e desenvolvimento.

 “Precisamos de arrecadação de impostos e contribuições por parte do governo. Mas, desenvolvimento é o crescimento com inclusão social e com sustentabilidade ambiental”, disse Sicsú  ao  participar do debate que o ConselhoRegional de Economia do Estado do Rio de Janeiro (Corecon/RJ) promovehoje (13) em sua sede, nesta capital, para comemorar o Dia do Economista.

 Na avaliação do economista do Ipea, o Brasil está avançando nessa direção ao ampliar  a cobertura e o valor do  Bolsa Família, do salário mínimo e da cobertura e valor dos programas  da Previdência Social.

Por isso,  afirmou que 2009 será um ano de recuperação e, em 2010, o Brasil retomará a rota projetada a partir de 2006. Ponderou, porém, que é preciso acelerar essa volta à trajetória de crescimento e desenvolvimento. Medidas recentes adotadas pelo governo federal vão nessa direção.

Entre elas, citou o programa de construção de moradias populares “Minha Casa, Minha Vida”, a redução de impostos em operações de crédito e em segmentos industriais, e a  ampliação de crédito por meio da diminuição da taxa de  juros  dos bancos públicos.

João Sicsú disse que a crise é sempre negativa, mas ela mostrou  como a economia brasileira está mais fortalecida, uma vez que atingiu  outros países de forma dura e aguda, enquanto, no Brasil, a “trombada” foi muito mais leve.