Tarso Genro diz que decisão de desembargador do TJ-DF contra jornal não é censura

06/08/2009 - 14h54

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro daJustiça, Tarso Genro, disse hoje (6) que não considera censura adecisão do desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça doDistrito Federal, que proibiu o jornal O Estado de S. Paulo ea agência de notícias do grupo de publicar matérias envolvendo onome do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). “Nãoacho que seja censura. Na verdade, o que está sendo obstado aliseria, segundo o despacho, a divulgação de fatos que podem serinverídicos. Portanto, não é uma censura à imprensa, embora emrelação à imprensa, em particular, possa parecer como tal”,afirmou o ministro, após participar da cerimônia de posse do novodefensor público-geral da União, José Rômulo PlácidoSales.Tarso Genro ressaltou, porém, não acreditar que adecisão proferida pelo desembargador vá adiante. "Acho apenasque é uma decisão que não vai se sustentar juridicamente e quecertamente será revisada”, ponderou o ministro, que também éadvogado. “Já temos outras decisões nesse sentido, e elasnormalmente funcionam ao contrário. Em vez de proteger a pessoa queestá sendo mencionada, funciona como instrumento que até chama maisa atenção para os fatos imputados, justa ou injustamente”,completou.O grupo ligado ao jornal Estado de S. Paulofoi proibido pelo desembargador de veicular informações que estejamsob segredo de Justiça, relativas á Operação Boi Barrica, daPolícia Federal, que investiga possíveis irregularidades cometidaspelo filho de José Sarney, o empresário Fernando Sarney. Caso ojornal descumpra a decisão, será punido com multa de R$ 150 mil pornotícia publicada.