Corregedoria da Câmara vai apurar envolvimento de deputados na venda de passagens

06/08/2009 - 13h53

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Corregedoria daCâmara vai criar uma comissão de sindicância para apurar oenvolvimento dos deputados Paulo Roberto Pereira (PTB-RS) e EugênioRabelo (PP-CE) na comercialização de passagens aéreas da cota aque os parlamentares têm direito. Segundo o corregedor, AntonioCarlos Magalhães Neto (DEM-BA), há elementos apurados na comissãoadministrativa que justificam a sindicância.Também serão realizadas diligências parainvestigar os deputados Roberto Rocha (PSDB-MA), Veloso (PMDB-BA) eMárcio Junqueira (DEM-RR), além de outros sobre os quais pairamdúvidas quanto à possível participação no esquema de venda depassagens. Serão pedidos documentos e informações dos gabinetesdesses parlamentares.Na próxima semana, a corregedoria começará arecolher os documentos e iniciar os trabalhos da comissão desindicância, que será formada pelos deputados Antonio CarlosMagalhães Neto, Odair Cunha (PT-MG), Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS),Marcelo Ortiz (PV-SP) e Antônio Carlos Pannunzio (PSDB-SP).“Se, no processo, surgirem elementos sobreoutros deputados, não há embargo para que eles sejam investigadosna corregedoria”, afirmou o corregedor.O relatório final da comissão de sindicância daCâmara que apurou o envolvimento de funcionários de gabinetes nacomercialização de passagens aéreas concluiu que 45 servidores de45 gabinetes tiveram participação no esquema. Desses servidores, umjá morreu, um é efetivo da Casa, quatro ocupam cargos de naturezaespecial – os comissionados – e 39 são secretáriosparlamentares.Do total, 23 ainda estão ativos e vão responderpor Processo Administrativo Disciplinar. Os que não estão mais naCasa irão responder também pela acusação, mas no MinistérioPúblico do Distrito Federal, onde o caso está sob investigação. “O relatório mostra, de forma inequívoca, quehouve comercialização de passagens, mas é ineficiente sobrechegarmos à conclusão da participação de parlamentares”, disseACM Neto. “Estamos adotando providências para que não existanenhuma dúvida sobre de que forma os parlamentares responsáveispelos gabinetes podem ou não estarem envolvidos no processo”,completou. O corregedor vai, ainda, encaminhar umarecomendação para que os 23 servidores sejam exonerados. Seráapenas uma recomendação porque não há previsão legal para aexoneração antes de concluído o processo administrativo.