Comitê de supervisão das buscas no Araguaia reúne-se pela primeira vez

06/08/2009 - 16h21

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ComitêInterinstitucional de Supervisão das Atividades do Grupo de TrabalhoTocantins, responsável pelas escavações para busca de restosmortais de pessoas mortas na Guerrilha do Araguaia, faz sua primeirareunião no fim da tarde de hoje (6), no gabinete do ministro daDefesa, Nelson Jobim.

De acordo com o decreto presidencialque criou o comitê, o encontro definirá plano de trabalho eprocedimentos de convocação, estabelecimento de pautas de reuniãoe tarefas do comitê. Na reunião deverão ser apresentadosresultados da 14ª expedição à região da guerrilha (Pará eTocantins),   feita para reconhecimento de área e concluída nasemana passada.

Conforme cronograma inicial do Grupode Trabalho do Tocantins, na próxima segunda-feira (10) começa otrabalho de campo para localização de corpos. Segundo nota doMinistério da Defesa, 17 pontos estão previstos para escavação eas maiores expectativas de buscas estão em áreas no estado do Pará:Matrinxã (Rodovia Transamazônica, km 0); Bacaba (São Domingos doAraguaia); Grota de Água Fria e Dois Coqueiros (também em SãoDomingos do Araguaia).

A representante da Comissão deMortos e Desaparecidos no comitê, Diva Soares Santana, espera que otrabalho tenha resultado e acredita que os restos mortais serãolocalizados e identificados, e que haverá acesso aos documentossobre a guerrilha. “Nossa expectativa é de que as coisas deemcerto." Particularmente, Diva disse esperar que sejamencontrados os restos mortais de seus parentes e dos demaisdesaparecidos e que os arquivos sejam abertos. "Tudo é umprocesso. A gente está em um processo de luta com expectativa de queas coisas aconteçam.”

A Guerrilha do Araguaia foi ummovimento contrário à ditadura militar organizado no início dadécada de 1970 pelo Partido Comunista do Brasil na região quecompreende o sul do Pará e parte do Tocantins. Oficialmente, não hánúmeros de quantas pessoas morreram nas ações do Exército com oobjetivo de desmantelar o movimento. O PCdoB estima que existem maisde 60 mortos. Relatos de militares que participaram da repressãofalam em pouco mais de 40.