Lobão diz que atrasos nas licenças para hidrelétricas prejudicam o país

22/07/2009 - 18h11

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, voltou a criticar hoje (22) a demora na obtenção de licenças ambientais para a construção de usinas hidrelétricas. “Temos um cronograma, precisamos colocar em funcionamento entre 4 e 5 mil megawatts de energia a mais todo o ano e esses atrasos muitas vezes nos obrigam a despachar termelétricas, que são poluentes e de custo muito elevado”, reclamou. Sem detalhar quem seriam os responsáveis pelos atrasos, Lobão citou o caso da Usina Hidrelétrica de Estreito, no Rio Tocantins (TO), que já foi paralisada sete vezes, todas por razões improcedentes, segundo ele. Ele também lamentou que o leilão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (Pará), tenha sido adiado para outubro, quando a previsão inicial era para setembro. “É mais fácil subir em um pau de sebo do que obter licenças ambientais para a construção de novas hidrelétricas, o que é lamentável. A energia hídrica é mais limpa e mais barata para o consumidor brasileiro”, disse o ministro. Lobão reconheceu que também poderá haver atraso na entrega da proposta final para o novo marco regulatório do petróleo, que estava prevista para o fim deste mês. Ele disse que os detalhes ainda não foram concluídos, mas explicou que, além da área do pré-sal, as novas regras valerão também para “áreas estratégicas”, que serão definidas pelo Conselho Nacional de Política Energética. “Áreas estratégicas serão as que têm uma configuração parecida com a do pré-sal, ou seja, uma concentração muito grande de petróleo”, afirmou.O ministro participou hoje da assinatura de um protocolo de cooperação técnica entre Eletrobrás e Caixa Econômica Federal para desenvolver projetos de eficiência energética, com o objetivo de estimular projetos que promovam o uso eficiente da energia elétrica e da água. “Quanto maior for a economia, mais benéfica será a distribuição da energia brasileira. Queremos fazer com que as residências, as indústrias, consumam cada vez menos, para que não tenhamos que construir mais hidrelétricas ou termelétricas”, disse Lobão.