Atuação de religiões de matriz africana foi marcante na conferência de igualdade racial

29/06/2009 - 8h09

Juliana Cézar Nunes
Da Radioagência Nacional
Brasília - Os líderes das religiões de matriz africana tiveram atuação marcante na2ª Conferência Nacional de Promoção de Igualdade Racial, encerradanesse domingo (28). A plenária final referendou uma série de propostas destinadas a garantir o combate à intolerância religiosa.Osdelegados recomendaram o mapeamento cartográfico social dos terreirosde todo o país, a garantia de aposentadoria para religiosos e aresponsabilização de emissoras de TV ou rádio pela veiculação dematérias de cunho racista e discriminatório, com multas diárias no casode práticas de intolerância.O ministro da Secretaria Especialde Políticas da Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, secomprometeu a formular um plano nacional de combate à intolerânciareligiosa e a apoiar a criação de um fórum nacional do movimento dereligiosos de matriz africana. “Estamos à disposição das entidades paraessa luta, que consideramos extremamente legítima”, diz o ministro.Odiretor de projetos e pesquisa da Federação Brasiliense e Entorno deUmbanda e Candomblé, Ribamar Veleda, acredita que a conferência marcaráuma novo momento na conscientização da sociedade. “É uma luz queestávamos buscando ao longo de muito anos e que agora começa a seacender. Sabemos que muito tem a ser feito, mas sabemos que o pontapéinicial está sendo dado aqui hoje”.A comunidade indígena tambémavalia como positivos os debates e encaminhamentos da 2ªConferência Nacional de Promoção de Igualdade Racial. A defesa dosterritórios indígenas e do processo de regularização foi reforçada naplenária final por representante de outros movimentos, como negros eciganos. No âmbito institucional, a Seppir se comprometeu a analisar aproposta de criação de uma subsecretaria indígena.Para arepresentante do Conselho Nacional das Mulheres Indígenas, Maria HelenaAzumezohero, a garantia de espaço para as comunidades na conferência eo diálogo com outros movimentos também são importantes conquistas.“Tivemos a participação aqui de representantes indígenas de todos osestados e, por isso, conseguimos avançar nas nossas propostas. Agoravamos aguardar uma resposta sobre a subsecretaria na Seppir.”Aliderança indígena também levou para aprovação na plenária finalrecomendações na área de educação, principalmente visando ao cumprimentodo Plano Nacional de Educação Indígena e ao aumento da oferta de vagaspara índios no ensino superior.