Infectologista acha "correta" decisão das escolas em antecipar férias por causa da gripe suína

23/06/2009 - 17h53

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - As crianças e os dolescentes são grandes transmissores da  influenza A (H1N1) - gripe suína. A constatação é dainfectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, Maria CláudiaStockler. Como 50%dos casos estão registrados na população menor de 18 anos, amédica avaliou como “extremamente correta” a decisão de algumas escolas de São Paulo em antecipar as férias de julho, quando constataram casos da doença entre os alunos.

Stockler ressaltou que é “impossível” impedir adisseminação do vírus da gripe pelo mundo, noentanto, é “sempre importante” tomar cuidados para evitara transmissão da doença.

Elalembrou que mesmo a gripe comum gera transtornos, por isso, aimportância de medidas que já foram incorporadas como“boa educação”, como evitar o espirro sobre aspessoas e lavar as mãos após tossir ou espirrar.

Adescentralização do exame laboratorial específicopara a gripe suína, que atualmente está presente emapenas poucos hospitais, é uma ação que, deacordo com  Cláudia Stockler, seria importante para monitorar melhor o avançoda doença.

Ainternação dos primeiros casos de gripe suínafoi uma atitude que a médica considerou desnecessária.Para ela, a melhor  medida seria a de manter os infectados isolados em suas casas.

Acoordenadora do Setor de Viroses Respiratórias da UniversidadeFederal de São Paulo, Nancy Bellei, criticou a decisãodas escolas paulistas de antecipar as férias. “Nãohavia evidência para fechar escola. Isso não tinhasentido epidemiológico”, afirmou.“Você poderiasuspender só a turma [atingida] e esperar passar otempo de incubação”, completou.

ParaNacy Bellei, os diretores dos colégio só tomaram a decisãode antecipar o fim do semestre letivo porque as férias já estavampróximas e seria mais fácil lidar com a “ansiedadedos pais”.