Indústrias mineiras prometem abrir vagas para egressos do sistema prisional

23/06/2009 - 21h06

Marco Antonio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Atéo final de 2010, indústrias mineiras deverão abrir centenas deoportunidades de trabalho para egressos do sistema prisional. A metafaz parte do projeto Regresso, uma iniciativa do governo estadual emparceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais(Fiemg) e com o Instituto Minas Pela Paz. O projeto foi lançado hoje (23) emBelo Horizonte durante cerimônia com as presenças do governador Aécio Neves(PSDB) e do presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministroGilmar Mendes.  Na avaliação de Mendes, o projeto é alinhado com a preocupação do CNJ de incentivar ações para a reinserçãodos ex-detentos no mercado de trabalho. Inicialmente, 36empresas receberão subsídios econômicos - benefício que ainda precisade autorização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) paraser concedido - para disponibilizar 300 vagas aos ex-detentos quecumpriram penas em penitenciárias, presídios e Associações de Proteçãoe Assistência aos Condenados (Apacs) do estado. A Usiminas já contratou dez trabalhadores e a Construtora Masb mais 15. O projeto, entretanto,está aberto a novas adesões.Para ser apto às vagas, oegresso deverá estar em liberdade condicional ou definitiva, eser cadastrado no Programa de Reintegração do Egresso do Sistema Prisional(Presp) da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) por um períodomínimo de três meses. Ele será avaliado pelo grau de escolaridade epotencialidades de trabalho antes de ser encaminhado a uma dasempresas, onde terátodos os direitos trabalhistas garantidos e salário de mercado. Mastambém estará sujeito a demissão, caso não demonstre aptidão para astarefas. Serão oferecidos aos detentos de algumas unidades, emparceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), cursos profissionalizantes deinformática, confecção de roupas, padeiro, serventes de pedreiro,operadores de máquinas e manutenção, eletricista, pintor,telemarketing, auxiliar administrativo e mecânico. O presidente do CNJ aindavisitou em Minas Gerais o Centro Integrado de Atendimento aoAdolescente Autor de Ato Infracional (CIA-BH), considerado referênciano país por abrigar, no mesmo espaço físico, as polícias Militar eCivil, representantes da Justiça e da Defensoria Pública.“Acreditamosque essa é uma iniciativa que deveria haver em outros estados e, namedida do possível, vamos olhar esse modelo para que o ConselhoNacional de Justiça contribua para a sua internalização e adoção emoutros estados”, disse Mendes.