Cresce oferta de emprego na Grande São Paulo, segundo pesquisa Dieese/Seade

23/06/2009 - 13h50

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - As condições do mercado de trabalho no conjunto dos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo melhoraram, na comparação de maio com abril, com um saldo positivo de 115 mil postos de trabalho, o que representa um aumento de 1,3% sobre o mês anterior. À exceção do comércio, todos os demais setores ampliaram as vagas, e os contratos com carteira assinada superaram em 1,9% os registrados em abril.O rítmo de recuperação na virada de abril para maio foi o mais veloz dos últimos quatro anos, embora em termos absolutos o número de trabalhadores tenha se mantido semelhante ao de maio do ano passado em 9 milhões, ante 8,8 milhões, em abril último.Essa região foi a única onde houve crescimento de vagas na indústria, de um total de seis pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Sobre abril passado, o setor registrou aumento de 1,9% nas contratações, com a abertura de 30 mil postos de trabalho. Já na comparação com igual mês de 2008, o número é 7,2% menor.As maiores chances de emprego foram criadas no setor que inclui a construção civil e serviços domésticos (49 mil) com crescimento de 4,8% sobre abril último e 6,3% acima de maio do ano passado. Em seguida, aparece o setor de serviços em geral, com 37 mil vagas, 0,7% a mais do que no mês anterior e 3,2% superior a igual período de 2008. O único em baixa foi o segmento do comércio, que cortou mil empregados.A taxa de desemprego passou de 15% para 14,8%, com o contingente de pessoas fora do mercado em 1,564 milhão. Esse total é 4 mil inferior ao registrado em abril. Na avaliação do coordenador da pesquisa pelo Seade, Alexandre Loloian, o resultado foi muito positivo e sinaliza para uma recuperação do emprego.Segundo ele, a região metropolitana de São Paulo ajudou a manter uma certa estabilidade no conjunto das seis regiões pesquisadas: Distrito Federal, Salvador, Recife, Porto alegre, Belo Horizonte e São Paulo. Loloian observou que é uma característica de maio já ocorrer a retomada das contratações, mas “nós esperávamos ainda uma transição mais lenta depois deste crise profunda que tivemos no primeiro trimestre”. Um dos aspectos que ele aponta como sinal de melhoria é o fato de ter voltado a crescer o emprego assalariado do setor privado e com carteira assinada. Na comparação com abril, essas contratações aumentaram 1,9% e 4,6% sobre maio do ano passado.Ele acrescentou que em períodos de insegurança é comum ocorrerem contratos de trabalhadores sem carteira assinada ou mesmo de autônomos. Mas “na nossa pesquisa identificamos um crescimento virtuoso porque as empresas acreditam que as coisas vão melhorar”.A pesquisa mostra ainda que os rendimentos apurados sobre os vencimentos de abril tiveram elevação tanto em relação aos ocupados com 0,9% e média de ganhos em R$ 1.253 quanto no que se refere aos assalariados com R$ 1.312 ou 1,6% a mais do que em março. Loloian informou que esse aumento também é positivo, pois reflete a expansão da base de trabalhadores na indústria, segmento que tem boa remuneração e contratos com carteira assinada