Tecnologia da informação pode acelerar implantação de projetos habitacionais

16/06/2009 - 6h04

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil ainda está atrasadoem termos de utilização da tecnologia da informação(TI) e comunicação como ferramenta na construçãocivil. Embora existam empreendedores, construtoras e contratantespúblicos que sabem como essa tecnologia pode ajudar naimplantação de processos, “infelizmente isso nãosignifica que os empreendimentos tenham essa tecnologiaimplementada”.A avaliação foi feita pelo presidente da AssociaçãoNacional de Tecnologia do Ambiente Construído (Antac),professor Francisco Ferreira Cardoso, da Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo (Poli-USP). Segundo ele, a maiorianão usa esses recursos. “A tecnologia está disponível,mas ainda é novidade para a grande maioria dosempreendimentos e dos projetistas isolados”.

De amanhã (17) a sexta-feira (19), a Antac realiza, no Rio de Janeiro, em parceriacom as universidades Federal Fluminense (UFF) e Federal de Juiz deFora (UFJF), o 4º Encontro de Tecnologia da Informaçãoe Comunicação na Construção. O temaprincipal é a Modelagem e Integraçãodo Conhecimento na Construção e o objetivo édestacar a importância da tecnologia da informaçãona construção civil. Seu uso ganha realce com oprograma do governo federal Minha Casa, Minha Vida, que prevê a construção de 1 milhão de casas para a populaçãocom renda entre três  e dez salários mínimos, comrecursos subsidiados.

O presidente da Antacdisse que hoje em dia, mesmo as construçõeshabitacionais mais simples são complexas e a produçãocorre em ritmo acelerado. "Então, ter ferramentas queapoiem a troca de informações entre os diferentesagentes do processo de produção é fundamentalpara acelerar o processo e garantir a qualidade do resultado”.

Para Cardoso, além de agilizara troca de informações, a tecnologia da informaçãoaumenta a qualidade do projeto e dá mais confiabilidade àsdecisões tomadas. Ou seja, ”diminuias chances de erros”. O professor confirmou queo uso dessa ferramenta pode contribuir para a reduçãodo custo inicial do empreendimento.

“Tudo o que concorrepara a melhoria dos processos gerenciais tendea reduzir custos. Ela não vai mexer no produto em si: na casa,no prédio que vai ser construído. Mas, vai trazerelementos para aqueles que trabalham no projeto e na construçãoacelerarem o processo”, comentou.

Francisco Cardoso lembrou, por outrolado, que a TI pode ajudar na redução de outrocusto fundamental, ligado à operação e àmanutenção das construções. “Construçõesque tenham erros de projeto vão ter chance de funcionar malao longo do uso. Ou coisa até pior. São o que a gentechama de manifestações patológicas”.

Isso significa que umprédio ou uma casa malprojetados e malconstruídospodem apresentar “doenças” posteriormente, como problemasde passagem de luz, isolamento malfeito, trincas, acarretando ônusaos futuros moradores. “Isso representa custo para consertar oproblema”. O presidente da Antac destacou que um projeto de melhorqualidade tende a ter custo menor de operação e demanutenção.

A gerente regional deNegócios da Caixa Econômica Federal no Rio,Solange Barata Duarte, participa do encontro no próximo dia17, abordando o programa Minha Casa. Minha Vida.