Chuvas continuam no Amazonas e nível do Rio Negro volta a subir

16/06/2009 - 18h29

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Depois de subir 18centímetros nos últimos quatro dias, o nível doRio Negro, em Manaus, atingiu hoje (16) a marca dos 29,5 metros. Éa terceira maior cota já registrada desde 1902, perdendoapenas para as marcas de 1953 (29,69 metros) e 1976 (29,61 metros). Segundo o supervisor deHidrologia do Serviço Geológico do Brasil (CPRM),Daniel Oliveira, com base nas médias históricas, ovolume pluviométrico esperado para o mês de junho nacapital amazonense era de 115,1 milímetros. Contudo, aprimeira quinzena deste mês já contabiliza 145,3milímetros de chuva.“É muita águapara o fim da cheia. O acompanhamento do CPRM mostra que a maioriadas cheias termina em junho, mas a deste ano ainda não dápara saber. Isso vai depender do que a climatologia vai reservar paraa região na última quinzena do mês”,afirmou.Em entrevista à Agência Brasil,Oliveira explicou que, desde o início dos trabalhos de mediçãoe acompanhamento do nível dos rios no Amazonas pelo o CPRM,76% das cheias no estado tiveram fim no mês de junho e apenas18% em julho. Com a permanência das chuvas e, também, do nível alto das águas do Rio Solimões, o Negro ainda continua asubir.“O Rio Negro está represado pelo Rio Solimões.Além disso, como as chuvas continuam, o Negro permanece comnível alto. Como não há vazão dessa água,fica mantida a elevação do nível do rio”,informou.As informações do Departamento deMeteorologia do Sistema de Proteção da Amazônia(Sipam), confirmam que as chuvas de junho, em Manaus, estãoacima do normal. A meteorologista Sheilla Santana explicou que asituação é provocada por um sistema chamado zonade convergência intertropical (ZCIT), que tende a permanecersobre áreas de temperaturas da superfície do mar (TSM)mais aquecidas. A técnica disse ainda que a ocorrênciade frentes frias na Amazônia neste período tambémcontribuíram para “instabilizar” ainda mais a atmosfera naregião, provocando nebulosidade e chuvas.“Essasanomalias positivas de TSM estão, ainda no mês de junho,maiores no Oceano Atlântico Equatorial Sul que no Norte. Emoutras palavras, as áreas de TSM mais aquecidas estãono Sul, mantendo a ZCIT posicionada ao sul da sua posiçãoclimatológica para o mês de junho e, portanto,provocando chuva sobre praticamente todo o Norte do Brasil”,disse.