Senadores querem Ministério Público e Polícia Federal investigando atos secretos da Casa

15/06/2009 - 18h14

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Cristovam Buarque (PDT-DT) propôs hoje(15) que o Senado convide a Polícia Federal (PF) e o Ministério PúblicoFederal (MPF) para participarem das investigações sobre a existência de atossecretos na Casa. Para o pedetista, todos os senadores estão “sobsuspeição” e uma apuração apenas interna não teria a credibilidadesuficiente para convencer a opinião pública.“Uma comissãointerna do Senado não basta mais. É preciso chamar aqui entidadesexternas. Chamar a Polícia Federal, não a Polícia Federal entrar noSenado, mas a Casa convidá-la, para que, com seu conhecimento deinvestigação, possa descobrir o que houve. É preciso chamar oMinistério Público, chamar instituições nas quais, depois, a opinião públicaacredite”, afirmou Cristovam.“Hoje, qualquer relatórioassinado por nós [senadores], a opinião pública não vai acreditar.Então, não vai servir para o que a gente quer. É preciso investigar eque a população acredite”, acrescentou.Os atos secretos vieramà tona nas últimas semanas após divulgação dos resultados de umacomissão criada para  investigar contratações e concessões promovidasdurante as últimas administrações do Senado. Esses atos teriam sidousados pela administração da Casa para contratar servidores e autorizardesde a nomeação de parentes de senadores ao pagamento de horas extraspara servidores e não foram publicados de maneira imediata, como mandaa lei.Os tais atos secretos foram assinados durante as gestõesdos ex-diretores Agaciel Maia (Diretoria geral) e João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos). Os dois foram afastados dos cargos por denúncias deenvolvimento em licitações fraudulentas e utilização de “laranjas” emempresas, que prestam serviços terceirizados ao Senado.   Para osenador Álvaro Dias (PSDB-PR), é “imprescindível” que o MinistérioPúblico e a Polícia Federal também participem das investigações a cercados atos secretos editados no Senado. “Há suspeição em relação aqualquer conclusão que tenha origem na própria Casa. Temos aresponsabilidade de apurar, até porque nossa apuração pode ser maisrápida, mas não podemos prescindir de uma apuração do MinistérioPúblico e da Polícia Federal”, argumentou. “É a única alternativa”,reforçou Dias sobre a participação de órgãos externos na investigaçãode irregularidades na Casa.Na última sexta-feira(12), o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas daUnião (TCU) Marinus Marsico pediu a abertura de um processo para ainvestigação de todos os atos secretos do Senado. Além disso, umacomissão interna deve concluir esta semana um relatório sobre os atossecretos.