Em São Paulo, homossexuais vão às ruas pedindo o fim da homofobia

14/06/2009 - 18h07

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O transformista que se identifica como Sarah Fyffer deixou a pequena cidade de Jacareí, a cerca de 70 quilômetros da capital, na manhã deste domingo (14) para participar da Parada Gay, na capital paulista. Há seis anos, Sarah faz a mesma viagem para protestar contra o preconceito e a homofobia. "Acho importante mostrar para a sociedade que somos seres humanos. A Parada serve para combater o preconceito", disse.Segundo Sarah, a Parada Gay, que reuniu cerca de três milhões e meio de pessoas - segundo a organização - perdeu um pouco do seu contexto de lutar contra a violência e o preconceito. "Virou um circo, vem muito heterossexual só para brincar e se divertir. Não somos atração turística, a Parada é importante para conscientizar as pessoas", completou. Para Sarah, é importante que se combata o preconceito em todas as cidades do país, não apenas com um evento e, sim, com ações diárias. O transformista que se identifica como Karol Basfonde também foi à Parada Gay para levar a mensagem contra o preconceito e a homofobia. Para Karol, a homofobia deveria ser considerada crime, como acontece com o racismo. "Uma pessoa que agride homossexuais é perigosa para toda a sociedade e deve ser punida. A homofobia é um crime contra todos nós", disse. Basfonde também acredita que a manifestação é importante para que as pessoas se acostumem com os homossexuais. "Se todos entenderem que somos iguais, não existirá mais crimes", completou.A dona de casa Patrícia Francatti levou os filhos Ariane, de 7 anos, e Gustavo, de 11, para a Avenida Paulista. Há três anos a família Francatti frequenta a Parada Gay. Segundo a dona de casa, esta é uma maneira que ela encontrou para ensinar aos filhos que é preciso respeitar a todos de maneira igual. "A minha filha pergunta se é homem ou mulher e eu digo que são todos seres humanos", afirmou. O menino Gustavo ficou impressionado com a quantidade de trios: 20. "Estou me divertindo muito, são todos muito legais", opinou. A garotinha usava uma peruca cor de rosa e fez sucesso com os homossexuais, que pediram autorização para tirar fotos com Ariane e elogiaram a iniciativa de Patrícia. "Arrasou!", brincou um manifestante. Para a dona de casa, o domingo colorido serviu para mostrar aos filhos que "todo mundo tem o seu espaço". "Nós os respeitamos e eles nos respeitam também", ressaltou.