OIT vai defender "emprego verde" e redes de proteção ao trabalhador mais fortes

13/06/2009 - 16h50

Paula Laboissière
Enviada especial
Genebra (Suíça) - A pauta derecomendações definida nesta semana pela OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT) – em meio à 92ª ConferênciaInternacional do Trabalho – deverá estimular a criação depolíticas anticíclicas de estímulo ao crescimento e também ofortalecimento de redes de proteção social ao trabalhador afetadopela crise financeira. A expectativa é da representante da OIT noBrasil, Laís Abramo. 

Estão reunidos em Genebra, cidadesede de inúmeras entidades internacionais, cerca de 4 milrepresentantes de governos, de trabalhadores e de empresários embusca de respostas para o impacto da crise financeira sobre aempregabilidade. O objetivo é discutir meios de protegertrabalhadores, famílias e empresas afetadas pela instabilidadeeconômica.

Dentre as estratégias a seremconsideradas pelos países membros da organização em tempos deinstabilidade econômica, Laís citou investimentos emseguro-desemprego, políticas de salário mínimo e programas detransferência de renda.

Para ela, que acompanhou odesenrolar das discussões desde a abertura do encontro, no últimodia 3, o documento final deverá destacar ainda “uma atençãoredobrada” aos direitos humanos no âmbito do trabalho, de modo acoibir ou pelo menos reduzir os índices de trabalho infantil e detrabalho forçado e degradante.

Outro ponto que, segundo Laís, seráabordado pelo relatório da OIT trata da “preocupação ambiental”por meio de estímulo aos chamados "empregos verdes". Elaacredita que esta pode ser parte da resposta aos reflexos da crise –desde que acompanhada de mecanismos de diálogo social entre governo,empregadores e trabalhadores.

Sobre os temas de maior destaque naconferência – HIV/aids e igualdade de gênero no universo dotrabalho – Laís considerou as discussões “fundamentais”, umavez que o local de trabalho deve funcionar como um ambiente dedivulgação e de prevenção. “O problema da discriminação porHIV/aids pode ser tão grave quanto a própria doença. Já aigualdade de gênero é um tema transversal, fundamental em umaagenda do trabalho decente”, disse.

Ao comentar o cenário apresentadopela América Latina, ela ressaltou também a discussão sobretrabalho e família por meio da ideia – voltada, sobretudo, para oempregador – de como agir com responsabilidade social. “A crise éum problema que afeta as condições de trabalho, e a OIT vem dizendoque, além de manter os níveis de emprego e desemprego, éfundamental manter a preocupação com a qualidade do trabalho eevitar o processo de precarização.”