Comércio aposta em crescimento moderado das vendas no Dia dos Namorados

08/06/2009 - 14h09

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As vendas do comérciolojista do Rio de Janeiro mostraram retração de 2% emabril, pelo quarto mês consecutivo, e acumulam queda de 1,9% noprimeiro quadrimestre do ano, em comparação a igualperíodo do ano passado, devido à crise internacional. “A turbulência no mercado financeiro mundial chegou agora ao varejo do Rio deJaneiro”, afirmou o presidente doSindicato dos Lojistas (Sindilojas) e do Clube dos Diretores Lojistasdo Rio de Janeiro (CDL/RJ), Aldo Gonçalves. Em relação a março deste ano, asvendas caíram 6,5%. A crise cortou o ritmode crescimento que vinha sendo observado no ano passado, da ordem de20%. Entretanto, mesmo com a redução das vendasiniciada em novembro, o setor conseguiu encerrar 2008 com expansãode 5%. O número, embora positivo, foi bem menor do que oregistrado em 2007 (13%). A expectativa éde melhora, tendo em vista a estabilidade que já sevislumbra no cenário internacional. “O comércio éo primeiro a sentir os efeitos. O receio nosso maior é aquestão do desemprego. Porque as pessoas não podemcomprar, o comércio não vende, a indústria nãoproduz. Então, aumenta o desemprego. É um círculopernicioso”. Para o próximo dia 12, Dia dosNamorados, a perspectiva éde crescimento moderado. Pesquisa realizada com 750 lojistasfluminenses revela que a média de aumento esperada é de 7%no período, dependendo de cada segmento. Gonçalves afirmou também que a entrada do frio, na semana passada,contribuiu para aquecer as vendas no mês. Gonçalves defendeu a continuidade da trajetóriadeclinante dos juros básicos para a retomada do comércionacional. “Ajuda muito, essa tendência de diminuiçãonão pode parar. Os juros continuam muito altos edificultam o crédito. E o crédito é uma alavancaimportante para as vendas e para a economia como um todo”. O Dia dos Namorados também anima a indústria brasileira de chocolates, que espera comercializar 5 milhõesde caixas de bombons em todo o país. “O setor nãoestá sofrendo a crise. A razão disso é que osnossos produtos têm preços baixos de aquisição”,disse o presidente da AssociaçãoBrasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoins, Balase Derivados (Abicab), Getúlio Ursulino Netto. Estão sendocolocados no mercado nacional 18 milhões de caixas de bombonsneste mês. “E 5 milhões devem ser vendidos para osnamorados”. Para a Abicab, as vendas continuam em ascensão.No período de janeiro a março, o incremento registradofoi de 2,5% nos produtos de consumo continuado, como bombons,tabletes de chocolate e confeitos. “Até agora,nós não sentimos nenhum efeito da crise”, reforçouGetúlio Ursulino Netto, que aposta que o setor terácrescimento este ano “ou, no mínimo, a gente vai repetir ovolume do ano passado, que foi de 517 mil toneladas”. O resultadovai depender do comportamento do mercado. Os estados de SãoPaulo e Rio de Janeiro representam 45% das vendas de caixas debombons no Brasil, de acordo com informação da Abicab.