Greve de trabalhadores da Embrapa não tem data para acabar

05/06/2009 - 18h48

Da Agência Brasil

Brasília - A greve nacional dos empregados da Empresa Brasileira de PesquisaAgropecuária (Embrapa), que já dura quatro dias, ainda não tem datapara acabar. Até o momento, nenhum acordo foi firmadoentre a empresa e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisae Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf).Ontem(4), a negociação entre as diretorias da Embrapa e da Sinpaf foramadiadas. A previsão é de que uma nova reunião ocorra na próximaterça-feira (9). Para o presidente do sindicato, Valter Endres, adiretoria da empresa não quer negociar com os grevistas. “Aempresa só recebeu os trabalhadores por causa da pressão domovimento”, disse. Segundoele, a Sinpaf entregou a pauta de reivindicações à Embrapa no dia14 de abril, entretanto, até hoje não houve acordo. A categoriareivindica reajustes salariais, isonomia de benefícios e ampliaçãodo quadro de trabalhadores. “A greve não está estabelecidaapenas economicamente, mas também politicamente. São cláusulassociais”, afirmou. Ochefe da assessoria jurídica da Embrapa, Antônio Nilson, acreditaque a greve dos trabalhadores é precipitada. Ele afirmou que aempresa continua negociando com grevistas. “Na pauta dereivindicações do sindicato, que tem 66 cláusulas, 30 já foramacordadas, algo em torno de 20 estão pré acordadas”, afirmouNilson.Deacordo com o sindicato, o principal motivo para suspensão dasatividades foi a mudança no cálculo do adicional de insalubridade. Até o ano passado, o adicional era pago com base no salário da categoria. Entretanto, a Embrapa alega que, com o fim do acordo coletivo, o valor passou a ser calculado em cima do salário mínimo, como determina a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).Naquelemomento a empresa tinha condições de agir daquela forma, nósmantivemos porque o acordo teve vigência até o dia 30 de abril. Apartir de então, nós estamos obedecendo o que diz a legislação”,disse o assessor jurídico da empresa. Opresidente do sindicato estima que cerca de 80% dos 8.617trabalhadores da Embrapa aderiram à greve. Segundo ele, hoje (5) ostrabalhadores promoveram piquetes em várias unidades, seguindo aorientação da diretoria nacional do Sinpaf.A tendênciaé a intensificação e a radicalização do movimento grevista”,disse.De acordo com Nilson, entretanto, apenas 29% dos empregados da empresa estão emgreve.Hojeeu tenho o número oficial, 2.477 trabalhadores (29%) aderiram àgreve. Isso é um levantamento do departamento de recursos humanos.” Nósesperamos que o bom senso do sindicato prevaleça e essa ameaça [de radicalização] não se concretize. A Embrapa prima pelo diálogo. Essagreve é ilegal porque as negociações estão em andamento”, afirmou Nilson.