Empresa fornecedora da Embraer demite 80 funcionários no interior de São Paulo

05/06/2009 - 17h04

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Cerca de 80funcionários da empresa Graúna, localizada em Caçapava, nointerior paulista, foram demitidos hoje (5). Segundo o diretor doSindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Edmir Marcolinoda Silva, as demissões são injustificadas e ocorreram depois de aempresa garantir que não haveria dispensas.De acordo comMarcolino, há cerca de oito meses a empresa não está depositando oFundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).Ele disse que a Graúna chegou a ter 650funcionários e que, aos poucos, foi reduzindo seus quadros atéchegar a 330. O sindicalista afirmou ainda que a empresa recebeuaporte de R$ 5 bilhões do Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES). “Durante uma reunião, eles[dirigentes da Graúna] negaram esse empréstimo e disseramque não haveria demissões, porque a empresa já está com o quadroreduzido.”O gerente de Recursos Humanos da empresa, JoãoFernando Giovanelli, afirmou que as demissões estão relacionadascom a crise econômica global e que ocorreram devido à queda dedemanda da Empresa Brasileira de Aeronáutica ( Embraer), suaprincipal cliente. “Seguramos o máximo possível”, disseGiovanelli. Segundo ele, o empréstimo do BNDES é referente aprojetos voltados para a exportação, e não aos relacionados com omercado nacional, do qual a Embraer faz parte. Em Campo Limpo Paulista, 264 funcionários dalinha de produção da Thyssenkrupp Metalúrgica foram demitidos. Ovice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, LuísCarlos de Oliveira, informou que essas demissões ocorreriam em maiornúmero em janeiro, mas que o sindicato negociou com a metalúrgicapara que esta esperasse o reaquecimento do mercado.“As demissões não aconteceram porque fizemosum acordo de redução de jornada de trabalho e de salário, quevigorou durante fevereiro e março e foi renovado para abril e maio.Como o mercado não teve a retomada desejada, as demissões ocorreramagora. Iam demitir mais, mas negociamos e foram esses 264.”Segundo Oliveira, a empresa pagará todos os 16dias não trabalhados e estenderá o convênio médico dostrabalhadores e suas famílias por mais três meses, além de dar umagratificação de R$ 1.000 a cada demitido. A empresa se comprometeuainda a recontratar os trabalhadores, se houver reaquecimento domercado. “O ideal seria que não houvesse demissões, mas temos queentender”, disse o sindicalista.