Acadêmicos, empresários e políticos debatem crise, sustentabilidade e meio ambiente

05/06/2009 - 8h17

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A crise econômica mundial impôs profundas reflexões sobre anecessidade de políticas sustentáveis para o melhor aproveitamento dosrecursos naturais, de modo a se promover distribuição mais justa eequilibrada dessas riquezas. Para tanto, é preciso compatibilizardesenvolvimento econômico com qualidade de vida e respeito ambiental.A afirmação foi feita pelo presidente do Instituto dePesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, ao participar doseminário da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre Crise eSustentabilidade: Sinal Verde para a Indústria Brasileira. Para ele, é necessário repensar os modelos de produção e consumoque, nos padrões atuais, “comprometem o meio ambiente de formainaceitável”.  A realização do seminário foi divulgada na semana passada, comoparte das comemorações da Semana Internacional do Meio Ambiente, de 30de maio a 5 de junho, para permitir que a comunidade acadêmica, empresarial epolítica avalie as potencialidades do país em áreas comobiotecnologia, combustíveis renováveis e tecnologias de produção limpa.Apesar da pauta atraente, como ressaltou a conselheira do InstitutoSocioambiental (ISA) Adriana Ramos, uma das expositoras do seminário,“é difícil mobilizar a participação de mais pessoas em debates comoeste”, que teve menos de 50 ouvintes. Ela destacou que “encontrosdessa natureza são de fundamental importância para mostrar que existedesconexão entre as variáveis de desenvolvimento, e elas precisam sertratadas de forma mais integrada”.Outro participante da discussão, o diretor geral da indústria depapel e celulose Klabin, Reinoldo Poernbacher, disse que sua empresatrabalha com foco na conservação dos recursos naturais, via integraçãode florestas nativas com projetos de reflorestamento, de modo agarantir a preservação da biodiversidade na área usada.Poernbacher manifestou a percepção de que “quem não seguir modelo semelhante [na sua área de atuação] terágrandes dificuldades futuras”, e disse que “o que mais atrapalha osetor produtivo é quando parte dele não segue as normas de preservação,uma vez que a responsabilidade é de todos”.Esse aspecto foi enfatizado também pelo representante da Casa Civilda Presidência da República, Jaime Oliveira. Ele afirmou que alegislação ambiental brasileira é boa e abrangente, embora precise deaperfeiçoamentos, e ressaltou que “a opção de desenvolvimentosustentável não é opção de governo, mas sim, de ordem legal. Portanto,os meios para gerar crescimento sustentável devem ser buscados pelo Poder Público e pela coletividade”.