Queda na produção de caminhões e máquinas agrícolas pode ter demissões como reflexo

04/06/2009 - 19h57

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente da AssociaçãoNacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea),Jackson Schneider, disse hoje que a queda na produçãode alguns segmentos, como máquinas agrícolas ecaminhões, pode ter reflexos nos níveis de empregodessas indústrias em decorrência de possíveis demissões.

“Essa [realizar demissões]é uma decisão muito específica de cada empresa.Em alguns segmentos, a queda de produção é muitosignificativa. O segmento de máquinasagrícolas está produzindo 35% a menos e o segmento de caminhões,  até 40% a menos do que seproduzia no ano passado. Naturalmente, isso é um efeitoimportante para a produção e é a produçãoque segura o emprego”, disse hoje (4) após apresentaçãodos dados da indústria automobilística.

No setor de automóveis, as ocupações caíram de 126.542, registradasem maio do ano passado, para 120.378 em maio deste ano. Isso representa uma redução de 4,9%. No segmento de máquinasagrícolas, houve uma redução de 15,5% no número pessoas empregadas. Eram 17.148 em maio de 2008 e, agora, foram contabilizados 14.490 empregos no segmento.

A redução do número de empregos é acompanhada da queda nas vendas e na produção. No mês passado, foram vendidos 7.393caminhões no  país, o que representa 23% menos em relação às vendas de maio de 2008,  quando foram comercializadas 9.606unidades. Já a produção de caminhões, nomês passado, foi de 9.511 contra os 13.407 de maio do ano passado, o quesignifica uma redução de 29,1%.

A produção total deveículos foi menor 7,7% no mês passado em relação a maio de 2008. Foram produzidas270.247 unidades em maio de 2009  e 292.740 em maio de 2008.

Já a produção de máquinasagrícolas caiu 31,2% na comparação de maio desteano (4.457 unidades) com a produção de maio do ano passado, (6.474 unidades).As exportações deveículos também apresentaram queda significativa, no mês de maio e no acumulado do ano. Nos cinco primeiros meses de 2009, foram vendidas para o exterior 124.903 unidades, uma redução de46,2% na comparação com o mesmo período do ano passado (vendas externas de 232.208 unidades). Na comparação de maio desteano com o mesmo mês de 2008, a retração foi de24%, sendo 32.530 veículos exportados neste ano e 42.801 no anopassado.

Schneider, no entanto, não relacionou a queda nas exportações a problemas da produção doméstica. Ele atribuiu o fenômeno a problemas nas economias dos paísesimportadores. “Os mercados internos dos países para os quaisnos exportamos caiu de forma contundente.”