Tratamento de resíduos industriais no Brasil dobra em três anos

03/06/2009 - 19h25

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O segmento nacional detratamento de resíduos industriais não aproveitáveis experimentou um crescimento acelerado nos últimosanos, atingindo, em 2007, o dobro do volume processado em 2004, queera de cerca de 3 milhões de toneladas. O incremento coincidiu com o período em que o Brasil “veio atingindo uma situaçãode maior conformidade ambiental”, relatou hoje (3) à AgênciaBrasil o presidente da Associação Brasileira dasEmpresas de Tratamento de Resíduos (Abetre), DiógenesDel Bel. Segundo ele, apesar disso, ainda há muito resíduo destinado de modo irregular e precário no país. À medida que esse material descartado, por não ter mais uso, vai para asempresas que prestam serviço especializado e adequado, o montante vai crescendo, conforme Del Bel. Com a criseinternacional, houve uma reduçãona geração de resíduo industrial, embora aquantidade não seja tão significativa, de acordo com cálculos da Abetre. “A genteespera ainda manter um crescimento em relação aos anosanteriores”. No ano passado, ovolume processado pelo setor de destinação final deresíduos não aproveitáveis somou mais de 7milhões de toneladas. Apesar de nos primeiros meses de 2009ter sido registrada redução no volume de resíduos,o presidente da Abetre estima que o ano deverá fechar com umaquantidade de 8 milhões de resíduos industriaisprocessados. Em relaçãoaos resíduos urbanos, Del Bel explicou que suadestinação é dada em grande parte pelosmunicípios. “E eles colocam em aterros municipais de todosos tipos, desde lixões até aterros sanitáriosadequados”. A destinaçãomais comum para resíduos urbanos e industriais nãoperigosos no Brasil são os aterros sanitários. Outrostratamentos incluem o coprocessamento em fornos de produçãode cimento, incineração, tratamentos biológicospara solos contaminados, descontaminação detransformadores e de lâmpadas. Há, ainda, tecnologias que tratam da recuperação e reciclagem de óleoslubrificantes. Segundo Del Bel, o Brasil possui 160empresas que tratam resíduos sólidos.O número é pequeno em comparação aoutros países. No Reino Unido, por exemplo, existem cerca de300 empresas somente para dar destinação final aresíduos eletroeletrônicos. O lixo inaproveitável gerado no Brasil provém tanto das empresas como do lixo doméstico. “E nósprecisamos agregar a esse lixo uma série de medidas deproteção. Isso é feito por empresasespecializadas. É uma atividade que demanda tecnologia,demanda capacidade gerencial e empreendedora. E isso vem sendo implantado no Brasil por exclusiva iniciativa do setor privado”,disse Del Bel.O presidente da Abetre destacou que trata-se de uma cadeia produtivacomplexa. “E isso ainda está em desenvolvimento no Brasil”. Segundo ele, oPoder Público até hoje não traçou nenhumaestratégia ou medida visando a dotar o Brasil de um parque deempresas de tratamento de resíduos, de qualquer tipo que seja.