Concordata da matriz não afetou GM no Brasil, afirma presidente

02/06/2009 - 17h36

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O anúnciodos problemas financeiros e do pedido de concordata na matriz da General Motors (GM), nos EstadosUnidos, não afetou a imagem da montadora no Brasil. A afirmação é do presidente da GM no Brasil, Jaime Ardila, que baseia sua posição no número de unidades comercializadas pela montadora em maio, que chegou a47,8 mil, 17% acima do resultado de abril e 2% superior ao de maio do ano passado.

ParaArdila, as vendas “refletem uma situação totalmentenormal” e demonstram que o consumidor brasileiro não perdeuconfiança na marca. Ele ressaltou que “o mercado estámuito aquecido” e que a situação deve melhorar nestemês, último com redução do Imposto sobreProdutos Industrializados (IPI) para carros novos.

Devidoàs boas expectativas para o futuro, Ardila descartou o fechamento defábricas ou a redução dos níveis deprodução. Segundo ele, a empresa não cogitaretirar modelos de linha e deve realizar lançamentos de novoscarros nos próximos meses. Estão previstos US$ 1,5bilhão em investimentos até 2012, referentes ao totalde US$ 2,5 bilhões planejados em 2007. A empresa teve, no ano passado,receita líquida de R$ 17 bilhões.

De acordo com Ardila, nãodeve haver demissões até junho, devido ao acordo quepossibilitou a redução do IPI. Ele ressaltou que  tambémnão estão previstas contratações.“Não consideramos mudar o nível de emprego”, disse Ardila. Ele destacou, no entanto, que futuras decisões sobre oquadro de funcionários - atualmente são 21 mil - vão“depender do mercado”.

O executivo explicou que aprincipal alteração com a concordata é a mudançade “dono”. Após a operaçãode reestruturação da GM ser aprovadapelas autoridades dos Estados Unidos, e consolidada, o governonorte-americano terá 60% do controle acionário da novaempresa. Por sua vez, a GM do Brasil será um dos ativosincorporados pela nova empresa

Na avaliação de Ardila, aoperação deve dar mais independência financeiraà empresa brasileira. Segundo ele, a GM do Brasil não deveráreceber ajuda da matriz ou socorrê-la nos próximos anos.Entretanto, isso não é problema,porque a empresa tem capital para se manter por pelo menoscinco anos, ressaltou.

Quanto ao desenvolvimento de novos produtos, Ardilagarantiu que o centro de tecnologia do Brasil é capaz de suprira demanda da empresa. “Temos um centro tecnológicoque é, sem dúvida, o mais avançado da AméricaLatina, com mais de 1.200 engenheiros e de 200 designers quedesenvolvem todos os nossos produtos”, destacou. Ardila também garantiu que não haverá problemas nofornecimento de peças de reposição.